Sobre a construção de um shopping na Feira de SAJ prometido por Chico, Secretária de Agricultura pontua: “as decisões serão tomadas em conjunto”

Foto: Voz da Bahia

Nesta quarta- feira, a advogada e Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Santo Antônio de Jesus, Drª. Nil Correia, esteve em uma entrevista no programa Meio Dia e Meia, live do Voz da Bahia e respondeu alguns questionamentos importantes sobre sua pasta, principalmente pontos das mudanças na Feira Livre e sobre a obra de um Shopping no local, prometido pelo presidente da Câmara de Vereadores, Francisco Damasceno, popular Chico de Dega (DEM).

NEGOU INDICAÇÃO DE ALAN SANCHES (DEM):

Inicialmente, a secretaria negou sua indicação ao cargo na pasta da agricultura pelo deputado estadual, “quando eu comecei a trabalhar com Alan Sanches eu já tinha sido Diretora de Abastecimento por muitos anos e já tinha sido Secretaria de Cultura do município, então minha história de trabalho em Santo Antônio de Jesus é independente da vida política do deputado Alan. Nesse caso específico, eu posso garantir que o deputado não pediu cargo nenhum ao prefeito Genival. Eu sou do grupo Beija-Flor, sou de raiz, trabalhei duro na campanha, me posicionei em todos os momentos em que esse grupo precisou de um posicionamento, estive presente em todas as ações, fui coordenadora de um bairro na campanha política, estive presente em todas as reuniões, participei dentro do trabalho e não precisei graças a Deus de indicação de ninguém. Fui convidada pelo prefeito Genival e acredito que foi pela experiência que eu já tinha no Sindicato Rural”, explicou.

EXPERIÊNCIA:

A secretaria relata que sua experiência para a pasta da agricultura esta sendo complicada, mas se mostra disposta a trabalhar, “encontrei uma classe de feirantes carentes, as pessoas estavam desacreditadas da gestão pública, tanto na agricultura, quanto na própria feira-livre, então a gente tem que entrar com trabalho emocional, fazer um trabalho social, fazer as pessoas voltarem a acreditar na gestão pública, no cuidado que nós queremos ter com eles, e isso que venho fazendo. Me reúno todos os dias com algum grupo daquela feira, com algum setor, para que possamos fazer o trabalho, fazer essas pessoas acreditarem no socialismo, que através das regularizações, dessas associações, possamos ir mais longe, participando de editais do Governo Federal, do Governo do Estado, a própria venda da merenda escolar, essa é uma meta minha enquanto secretária. Eu assumi, na verdade, porque eu já conhecia da matéria, eu tinha trabalhado durante quase 4 anos na feira com o pessoal da agricultura, sou neta de agricultores no município, a minha família é da Sapucaia, hoje inclusive essa Sapucaia é a comunidade mais avançada na região rural”, ressaltou.

TRISTEZA:

Drª. Nil revelou ainda que a forma como encontrou a pasta de abastecimento em Santo Antônio de Jesus a deixou muito triste, “nós não temos no setor da agricultura catalogado uma única associação, não temos hoje a lista das comunidades rurais, nós não temos os setores da feira livre catalogados, uma secretaria que estava completamente sem estrutura e sem instrumento de trabalho, nós não encontramos instrumentos, malmente uma mesa para sentar, então eu fiquei horrorizada como a gente deixou a secretaria de agricultura retroagir durante quatro anos”, esclareceu.

SHOPPING NA FEIRA LIVRE:

Em sua última entrevista ao Voz da Bahia, o presidente da Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus, Francisco Damasceno, o Chico de Dega (DEM) falou sobre a construção de um shopping dentro da Feira Livre, no qual teria e sua estrutura um estacionamento subterrâneo e superior (relembre aqui). A secretária de agricultura afirma que tecnicamente não pode tratar sobre a reforma da Feira Livre porque terá profissionais capacitados nessa área, mas que é uma realidade, “o que eu posso dizer é que todas as decisões serão tomadas em conjunto, já prometi e farei reuniões ou audiências públicas com cada setor, porque nós faremos reformas em módulos e isso já ficou determinado junto com o prefeito Genival. Então nós iremos para o setor de confecções primeiramente, chamaremos os profissionais, eles irão projetar o setor para confecções, sentaremos com aquele setor, com as pessoas, ouviremos, mostraremos as condições, e a partir daí sim, iniciaremos a reforma de cada setor eu acho que realmente a nossa feira precisa de um trânsito melhor e precisa de um ponto de estacionamento. Santo Antônio de Jesus é uma cidade de porte e tenho certeza que irá buscar exemplos nos melhores municípios, nas maiores capitais e aí se for necessário um estacionamento superior, se for necessário um estacionamento subterrâneo, tudo pode vir acontecer, mas nesse momento estou agora viabilizando uma feira fazendo pequenos ajustes”, explicou.

A CEASA:

Na entrevista, a secretária pontuou que um dos equipamentos no qual a deixou assustada e preocupada foi a Ceasa, “foi apresentado uma reforma de um valor considerável com recursos próprios do município e ao chegarmos lá nos assustamos, porque na verdade não existe qualquer condição de receber os atacadistas e produtores da nossa cidade, eu estou inclusive, fazendo um relatório para apresentar isso aos órgãos competentes e ao próprio MP (Ministério Público) e rever como aconteceu essa licitação no município. Eu já conversei com o prefeito Genival e ele já conhece e sabe que a cidade precisa ter uma Ceasa digna, uma Ceasa grande que possa fortalecer a agricultura do nosso município e ele mesmo me prometeu que está vendo uma área específica para da mesma forma transformar a feira livre, a gente pretende entregar um equipamento para a população, principalmente à população rural, uma Ceasa viável uma Ceasa digna”, informou.

CONVÊNIO DESFEITO:

Ainda sobre a reforma da feira livre, Drª. Nil esclarece que durante o período de transição o antigo secretário de agricultura esclareceu sobre uma reforma para um galpão de confecções, “existiu um convênio de R$ 180 mil e um projeto pago pela administração pública no valor de R$ 80 mil e isso foi passado e recebi com muita alegria porque entendi que nós da administração iríamos fazer agora uma reforma imediata no galpão de confecções, mas isso se transformou em uma frustração, em uma tristeza, porque ao irmos aos setores de convênio, ao entrarmos em contato com a Caixa Econômica, verificamos que houve perda de prazo pela gestão anterior e esse recurso não saiu de Brasília, o convênio foi desfeito e não existe mais o recurso que estava destinado pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento de Brasília”, explicou.

Com relação ao galpão de farinha localizado na Feira Livre, a secretária revela diz que já foi viabilizada uma pessoa para estar dando manutenção no banheiro dentro do galpão e foi feita a proibição de mesas e bebidas nos corredores do galpão de farinha, “fizemos isso para que as famílias voltem a frequentar o galpão de farinha e para evite também brigas e situações desagradáveis naquele setor, que com certeza é um ponto turístico para nossa cidade. Com relação aos depósitos, nós vamos conscientizar as pessoas porque é algo que nos prejudica quanto à limpeza do galpão; quando colocam muita mercadoria, a gente acaba sem poder lavar, que é o projeto nosso mensal: lavar todos os setores da Feira Livre. Então vou começar esse trabalho de conscientização, porque ali não é local para atacadistas, ali é local para pequenos produtores e vendedores”, informou.

ÔNIBUS PARADOS NA FEIRA LIVRE:

Os transportes públicos na Feira Livre também é uma grande queixa da população e dos comerciantes que possui seus estabelecimentos naquele local. Segundo eles, os ônibus ficam parados durante horas no mesmo lugar atrapalhando a locomoção de outros veículos, além de fechar a entrada de seus comércios. De acordo com Nil, após longos estudos, os ônibus foram arrumados em uma rua que já estava prevista para carga e descarga, “já era uma rua que estava pré-estabelecida para estacionamentos de ônibus rurais entre os horários de 7 horas da manhã às 13 horas da tarde, trata-se daquela rua ao lado da Lipy Embalagens que vai chegar à rua da Cesta do Povo é larga e que arrumamos os ônibus na forma diagonal, ficaram perfeitamente arrumados e com livre acesso de caminhões e carros pequenos, então fizemos esse primeiro teste, mas algumas pessoas não ficaram satisfeitas então estamos desenvolvendo outra logística para que todos possam ficar satisfeitos usando não só o espaço da feira, mas o espaço do São Joao”, concluiu.

Reportagem: Voz da Bahia

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