Vigilantes chegam ao terceiro dia de greve

Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

Bancos sem atendimento ao público, agências do INSS e museus fechados. Este foi o cenário do segundo dia de greve dos vigilantes em Salvador e em toda a Bahia. Quem precisou dos serviços de pelo menos desses três órgãos acabou ficando sem acesso, nesta quarta-feira. De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes da Bahia (Sindvigilantes-BA), José Boaventura, a maior parte dos 30 mil profissionais do segmento, no estado, está de braços cruzados.

Em um ponto de atendimento da Previdência Social, no bairro do Comércio, filas enormes se formaram com pessoas em buscas de informações. Em uma agência da Caixa Econômica, que fica na mesma região, um aviso informava que serviços como pagamentos, saques e depósitos poderiam ser efetuados nos demais canais de atendimento da instituição bancária, tais como lotéricas, salas de autoatendimento e internet banking. Situação semelhante foi vista nos Bancos do Brasil, Bradesco e Itaú, com as pessoas acessando apenas o autoatendimento das instituições.

“A última rodada de negociações foi no dia 12 de fevereiro, há quase um mês. Quando nós comunicamos a greve, eles responderam que iriam negociar, o que também foi comunicado formalmente por nós. Mas, buscamos uma negociação séria. Diante de uma perda inflacionária de 8%, eles ofereceram apenas 1,5%, proposta que vem desde o ano passado, quando a inflação era menor. Essa proposta para nós é desrespeitosa”, disse o presidente o Sindivigilantes-BA.

Além do reajuste salarial (de 13%), que não ocorre há dois anos, a categoria quer o aumento no vale alimentação – em R$ 10 – e a convenção coletiva. “Estamos a disposição para negociar. A maior parte das coisas foi resolvida, faltando exatamente a questão econômica. O impacto da greve está muito mais presente no setor bancário, que não pode funcionar sem segurança, assim como as agências bancárias, escolas e museus. Até agora os patrões não propuseram nada de concreto”, afirmou Boaventura.

SURPRESA

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia (Sindesp-BA), viu com surpresa a mobilização dos vigilantes, uma vez que as negociações ainda estavam em curso e a proposta oferecida aos vigilantes teria sido inicial. A entidade informou ainda que vai acionar a justiça.

Também por nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que as pessoas que não estão conseguindo pagar os boletos, na agências, deve fazê-lo pela internet ou pelos aplicativos de celular. A entidade informou também que, durante a greve, são os bancos que devem decidir se vão abrir ou não as agências, mas desde que não realizem operações financeiras.

Três dos cinco principais bancos do país (Bradesco, Santander e Banco do Brasil) informaram que não vão realizar este tipo de atividade nos respectivos estabelecimentos. A Caixa Econômica Federal disse que as agências não vão abrir, justamente por falta de vigilantes. Já o Itaú informou que iria funcionar normalmente. Quanto ao INSS, apenas os serviços agendados vão ser realizados, com exceção das perícias, que foram suspensas (Tribuna da Bahia).

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