A Volkswagen abriu negociações com os sindicatos dos metalúrgicos do ABC e da Grande Curitiba para reduzir seu quadro de funcionários no Brasil. A entidade afirma que a iniciativa da reunião, realizada nesta terça (18), partiu da empresa.
De acordo com os sindicalistas, a montadora propõe a redução de 35% da mão de obra no Brasil, que está distribuída por três fábricas no estado de São Paulo e uma no Paraná. O corte representaria a demissão de aproximadamente 5.000 funcionários em diferentes setores.
A montadora não confirma o número, mas diz que há um excedente de mão de obra devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
A Volkswagen diz que as negociações foram abertas, mas ainda tenta atenuar o problema por meio de medidas de flexibilização do trabalho.
De acordo com o sindicato, a empresa apresentou propostas que incluem flexibilidade de jornada, corte do reajuste salarial, redução do valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e alterações em benefícios como transporte, alimentação e plano médico.
A Volkswagen afirma que decisões sobre cortes dependem da evolução do mercado automotivo no Brasil. Hoje, a montadora trabalha com uma previsão de queda de 40% nas vendas de automóveis e de 45% na produção, dado levantado pela Anfavea (associação das montadoras).
Em nota, a VW diz que está “avaliando em conjunto medidas de flexibilização e revisão dos acordos coletivos vigentes para adequação ao nível atual de produção, com foco na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”.
O setor automotivo tem dado sinais de recuperação mais rápida do que outras áreas no país, com média diária de vendas se aproximando das 8 mil unidades em agosto. Entretanto, os resultados atuais não escondem os problemas acumulados nos últimos cinco anos.
A forte queda nas vendas registrada entre 2014 e 2016 fez a ociosidade na indústria automotiva ultrapassar os 50%. Com a pandemia, a lenta retomada que começou a ser registrada em 2017 foi interrompida.
De acordo com dados contabilizados pela Anfavea, cerca de 3.000 postos de trabalho foram cortados na indústria automotiva ao longo da pandemia.
O número seria ainda maior caso a Renault não tivesse revisto as 747 demissões realizadas em julho e, por decisão judicial, reaberto as negociações com o sindicato da Grande Curitiba. A fábrica da empresa fica na cidade de São José dos Pinhais, próxima da planta paranaense da Volkswagen.
A General Motors também abriu negociações com os sindicatos e apresentou a proposta de PDV em São Caetano do Sul (Grande São Paulo) e São José dos Campos (interior de São Paulo).
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, os benefícios oferecidos a quem aderir ao PDV na unidade incluem salários adicionais, extensão do convênio médico e um carro popular Onix Joy. (Política Livre)