Relacionar-se bem é um objetivo da maioria das pessoas – e isso nunca foi uma tarefa fácil. No momento atual (seja durante ou após a pandemia), parece ficar ainda mais difícil se adaptar às próprias necessidades com as constantes mudanças da vida, ao mesmo tempo em que é preciso, além de tudo, se adaptar ao outro.
Neste sentido, é importante saber identificar alguns comportamentos que parecem normais ou rotineiros, sendo que, na verdade, não são saudáveis para nenhuma relação. Por isso, confira abaixo 9 atitudes tóxicas nos relacionamentos:
Comportamentos tóxicos no relacionamento
1 – Descontrole emocional (não importa a razão)
Quando você acha que tem razão, pode achar também que a forma de expressão das suas emoções pode ser recheada de energia, de modo enfático e até descontrolado. Ainda mais quando, depois de uma briga intensa, vocês fazem as pazes e parecem ainda mais unidos. Se acreditar que seu descontrole se justifica, saiba que você está bastante equivocado(a).
Quanto mais agimos descontroladamente, mais ficamos acostumados a viver nesse “carrossel de emoções” com o outro. Comportamentos desequilibrados podem virar hábito e quem vive assim pode ficar à mercê da próxima explosão, seja sua ou do(a) seu(sua) parceiro(a) – para depois aproveitar o bem-estar de fazer as pazes na ilusão do fortalecimento da união.
Aprendemos desde cedo que, quando sentimos raiva, devemos administrar as emoções e que nada justifica fazer birra ou bater no coleguinha. A regra da infância não muda na vida adulta. Nossas emoções intensas não podem guiar nossas atitudes.
2 – Dizer tudo que pensa sem filtrar
Quando alguém fala o que vem à cabeça, porque acredita que aquilo que foi pensado deve ser dito, imediatamente essa pessoa vive uma mentira. Quando alguém acha que deve ser sincero(a), sem filtrar as palavras ou sem cuidar do modo que vai dizer, novamente se equivoca. Se uma pessoa age assim com você também não está certo.
A regra do bom senso é para todos. Pensar em voz alta o tempo todo causa muito desencontro. Dizer o que pensa e perguntar qualquer coisa que vem à cabeça não é sempre algo bom. Sabe aquela frase: “perguntar não ofende”?Dependendo da situação, ofende, sim.
Saber questionar os próprios pensamentos, sem ter certeza que são iguais a todos, é um sinal de maturidade emocional. As pessoas gostam, com certeza, de pessoas espontâneas e sinceras. Isso é uma qualidade, mas toda qualidade em excesso é um grande defeito.
3 – Não falar nada e manter as aparências
Quando uma pessoa não fala o que deve e deixa de impor limites ou deixa de emitir sua opinião em pontos importantes da sua vida na relação, então, acaba “engolindo sapo”. Normalmente, a intenção é evitar um conflito. Porém, o grande problema é que, ao evitar um conflito na relação, acaba criando um conflito com você mesmo ou fingindo ser para o outro uma pessoa que você não é.
O ideal é não viver situações em que precise escolher entre você e sua relação, mas que seja capaz de criar várias outras formas de atender bem seus desejos e os da pessoa amada. Se alguém faz isso com você, também não é algo saudável.
4 – Desequilíbrio nas tarefas e prioridades
Nenhuma relação é feita matematicamente, onde um faz metade e o outro também. Nem nas tarefas do dia a dia e nem financeiramente. Mas é normal que haja uma busca por equilíbrio na relação.
Por isso, nem tudo tem que ser 50% do seu e 50% do outro, mas é preciso que haja compensação do momento agora e no decorrer da relação. Mais do que avaliar o tempo que vai passar, é preciso perceber se a outra pessoa pode te dar mais do que tem te dado ou se você precisa dar menos.
Pode parecer estranho, mas algumas pessoas demandam demais e, ao invés de querer reciprocidade, é preciso diminuir os excessos. Outro ponto fundamental é perceber as prioridades. Cuidado se acredita que a outra pessoa é sua prioridade e você não é do outro.
5 – Apontar problemas e defeitos
Quando não há organização dos pensamentos e quando há desequilíbrio emocional ao expressar seu ponto de vista, sem organização das ideias e sem palavras para a busca de solução, qualquer tentativa de comunicação vira discussão.
A grande diferença entre dar um feedback e apontar o que julga ser defeito está na organização das palavras e o modo de pensar em soluções. Quando algo não lhe agrada, é possível ser dito sem generalizar ou apontar como sendo um ponto fraco ou defeito do outro.
Todos nós podemos errar, aprender a agir e se comunicar diferente. Se alguém te aponta o dedo, é possível que você ajude que a pessoa a te explicar de outro modo o que percebe que não vai bem na relação
6 – Deixar a tomada de decisão da vida na mão no outro
Cada um pode e deve gerenciar a própria vida, mas nem sempre isso parece algo fácil e possível. Em algumas relações, certas pessoas assumem o papel de submissão com receio de tomar à frente para escolher e fazer o que pensa. Quando isso acontece, é comum que a outra pessoa assuma essa responsabilidade e passe a guiar a vida do outro.
Um casal assim pode parecer muito alinhado e equilibrado. Porém, as decisões pessoais não podem fazer parte da estrutura da relação. Devemos ser completos em nós mesmos para podermos nos relacionar melhor com as outras pessoas. Cada um é cada um.
7 – Controle excessivo que gera monitoramento
Ficar com ciúmes é um sentimento normal. Nem todos sentem, mas a maioria sim. Com isso, querer atenção ou mesmo desejar ser a prioridade na vida da outra pessoa é algo comum. A construção da confiança é um processo contínuo e, se alguém viveu algo que abalou essa relação, pode ficar mais intenso o senso de controle.
Porém, a confiança não se adquire à força: extravasar isso como se fosse correto, a ponto de controlar a vida e as atitudes da outra pessoa, é algo completamente equivocado. Invadir a privacidade do outro não é algo bom.
Controlar compulsivamente alguém, investigar, procurar informações na internet, seguir a pessoa pessoalmente para saber onde foi e onde vai, verificar se está online, o que postou na internet, se curtiu uma foto de alguém ou se alguém curtiu a foto dele(a), é algo problemático. É uma perda do bom senso e perda do próprio centro. Se perder no mundo do outro é deixar de cuidar da própria vida.
8 – Envolver outras pessoas na briga do casal
Quando vivemos problemas (de qualquer tipo), é habitual querer desabafar com amigos na tentativa de organizar as ideias. Porém, quando há uma situação de desentendimento do casal, usar essa mesma estratégia de desabafo com amigos em comum pode estimular o envolvimento de mais pessoas na briga.
É difícil que os amigos próximos escutem uma briga sem julgamento, sem misturar as próximas emoções e sem que isso abale a neutralidade das amizades. Se já difícil resolver um problema a dois, imagine ter de coordenar isso com as pessoas que se misturaram no problema. Portanto, antes de envolver outras pessoas nos seus problemas, tenha compreensão das possíveis consequências.
9 – Obrigar a outra pessoa a ter os mesmos hábitos, amizades, gostos e interesses
É muito gostoso termos pessoas ao nosso lado que tenham hábitos, amizades e interesses em comum. Porém, viver manipulando ou insistindo de forma inadequada para que o outro passe a ser como você é uma forma horrível de convivência. Agir assim é uma falta de respeito às diferenças alheias.
O prazer que alguns têm ao praticar certas atividades ou hábitos criados não é igual para todos. Nem todos os nossos amigos se comportam da mesma maneira que agem com a gente no vínculo com outras pessoas. Ao compreender isso, é normal entender que algumas pessoas serão amigos do casal e outras não. E essa individualidade é saudável.
Estes três pontos (você, o outro e a relação) precisam estar em harmonia, equilíbrio e envolvimento. Não é saudável sentir emoções que geram competição de atenção entre os três pontos. Tão pouco é adequado que algo que seja bom para você, não seja para o outro ou para a relação ou que seja preciso escolher pelo outro contra você.
É possível criar muitas e muitas maneiras criativas de atender aos três pontos com amor, união, empatia, respeito e leveza. Invista no seu crescimento pessoal, nas suas escolhas saudáveis, no contato com o outro e no amadurecimento da sua relação. Sucesso naquilo que busca! (Minha Vida)