A partir desta terça-feira 20, usuários do Facebook na Irlanda, Espanha, e Coreia do Sul já podem ver o tipo de informação que sites coletam e enviam para a empresa de Mark Zuckerberg sem que eles saibam. Por exemplo, quais produtos de uma loja online visitada foram vistos por mais tempo ou sites onde usaram as credenciais do Facebook para fazer login.
A novidade, que, após o teste, será liberada para todos os usuários nos próximos meses, trará um novo menu chamado “Atividade Fora do Facebook”. Nele existe a opção de desvincular dados externos da conta pessoal, com a intenção de que não sejam mais usados ??para anúncios direcionados. Também impossibilita que a empresa use-os para fins semelhantes no futuro.
Possivelmente, ao desabilitar essa função, a sensação de estar sendo ouvido ou espionado pela rede social irá diminuir. Isso se deve ao fato de que quando uma empresa que anuncia no Facebook envia os dados dos usuários para segmentar publicidade, uma outra ferramenta de análise chamada Pixel entra em ação. Com ela é possível aos sites medir, através de uma centena de variáveis, a melhor forma de aumentar a eficácia da publicidade ao mostrar somente aquilo que os possíveis clientes podem estar interessados. Também permite criar ofertas personalizadas, como descontos em produtos que foram pesquisados e são mais adequados para o perfil do possível cliente.
O Facebook continua a coletar os dados por meio do Pixel. Contudo, quando os usuários optarem para que não haja o cruzamento das informações, as informações serão anonimizadas. A nova ferramenta também não terá impacto na capacidade do Facebook de análise de contas conectadas ao Instagram (de propriedade da mesma empresa).
A medida foi prometida pela primeira vez pelo Facebook em maio do ano passado, com o nome provisório de “Limpar histórico”. A intenção era mostrar um posicionamento mais transparente para recuperar a confiança dos usuários após várias crises. A exemplo do vazamento de dados da consultoria inglesa Cambridge Analytica, em que as informações pessoais de 87 milhões de usuários foram obtidas ilegalmente por meio de outras empresas que garimpavam os perfis na rede social.
No mês passado, em decorrência do escândalo, a empresa concordou em pagar uma multa recorde de 5 bilhões de dólares para a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FCC). Assim, todos os processos que tratavam do incidente, bem como vários outras questões de violanções de privacidade menores, foram arquivados. (Veja)