Para muitos foliões, o Carnaval é tempo de festejar e aproveitar a folia. Contudo, para quem pega no batente e aproveita o período para ganhar um dinheiro a mais, a hora é de muito trabalho. Prova disso, é que em todos os circuitos da festa momesca, tinha milhares de ambulantes comercializando os mais variados tipos de produtos.
Os cordeiros, que durante algumas horas protegem, entre as cordas, milhares de foliões em uma jornada estressante de trabalho, contam com a segurança do Ministério Público do Trabalho (MPT). “Quem trabalhar como cordeiro durante o Carnaval 2020 tem que ser contratado por um valor mínimo de R$ 53 por dia”, garante o órgão.
Trabalhando como cordeiro há três anos, Valmir de Jesus, 33 anos, disse que fica bastante cansado quando chega ao final do circuito. “Faço pelos meus filhos. Aqui tenho a oportunidade de ganhar um dinheiro extra. Por outro lado, fico próximo dos meus ídolos da música”, falou Valdemir de Jesus.
Segundo o MPT, foram ofertados dez a 12 mil postos de trabalho, entre cordeiros,catadores de latinhas e vendedores ambulantes em geral. Todos eles obrigatoriamente formalizados. A pasta destaca, ainda, que as oito centrais de coletas de resíduos sólidos terão água, luz e servirão de base para as os trabalhadores.
Os catadores cadastrados nas cooperativas também poderão contar com centro de convivência, alimentação e kit com equipamentos de proteção individual fundamentais para a coleta.
“O pagamento de duas passagens de ônibus também é obrigatório, além de fornecimento de água, lanche e equipamentos de proteção individual. Os contratantes também devem arcar com orientação do uso de equipamentos e acompanhamento de seu uso”, explicou o órgão.
Ana Clara, 35 anos, vende cerveja nos circuitos da folia. Ela conta que o carnaval é o momento de fazer uma poupança, para garantir pelo menos três meses da renda da família. “Eu trabalho no carnaval a oito anos. Minha mãe e meu esposo também trabalham. Normalmente, o lucro que nós conseguimos com as vendas no período da festa, nos garante ficar tranquilos por uns meses”, revelou a ambulante.
“Sempre fico com uma expectativa muito boa de vendas. O Carnaval é uma ótima oportunidade para garantirmos um dinheiro extra. Em uma noite normal vendo 30 pipocas, em dias de festa chego a 100 saquinhos, mas já cheguei bater os 250 sacos”, conta Maria Júlia, que se cadastrou para trabalhar no circuito do Campo Grande.
Já os operários da alegria têm as funções de carregar caixas, colocar as bebidas para gelar, plotar camarote, montar estrutura, testar aparelhos e muito mais. “Fico muito feliz em fazer parte desta festa. Sei que muitos querem se divertir durante o carnaval e eu aproveito o momento para ganhar meu dinheirinho”, frisou Josevaldo Silva, 54 anos.
Tribuna da Bahia – por: Poliana Antunes