O empresário e suplente de senador Paulo Marinho (PSDB) afirmou hoje (25) que a família do presidente da República, Jair Bolsonaro, vive em um “ambiente como síndrome da conspiração”. Ele é o número dois da cadeira ocupada atualmente por Flávio Bolsonaro (Republicamos-RJ).
Autor da denúncia que apontou um suposto de vazamento de informação da operação Furna da Onça – que investigou, entre outras coisas, o esquema de “rachadinha” com Fabrício Queiroz –, Marinho disse ainda que o ex-ministro Gustavo Bebbiano caiu na “maldição” da perseguição da família presidencial.
“Durante determinado momento, o presidente Bolsonaro mostrava um certo afeto por ele [Gustavo Bebbiano]. Isso incomodou muito os filhos. Eles vivem um ambiente que eu definiria como síndrome da conspiração. Qualquer pessoa que não faça parte daquele núcleo familiar ou de funcionários do gabinete é visto com desconfiança pela família. Acho que o Gustavo caiu nessa maldição. Depois de eleito, o presidente não teve outra saída a não ser convidá-lo para participar de um ministério. Já no primeiro dia da transmissão, o filho Carlos Bolsonaro tinha colocado ao pai, que é questão de honra para ele, que se Bebianno fosse nomeado ministro do governo do pai, que ele iria se afastar do convívio do pai”, narrou, em entrevista a Mário Kertéz, na Rádio Metrópole.
De acordo com Marinho, Bolsonaro não se contentou em demitir Bebbiano. “Bebianno era uma pessoa desprovida de ambições políticas e de poder, singelo, simples e bom de coração, é que bastava o presidente chamar ele para uma conversa íntima e ter dito a ele que o ciclo dele como colaborador tinha encerrado. Acho que o presidente Bolsonaro não bastou apenas demitir Bebianno, teve que fazer a atitude covarde de desconstruir a reputação do Gustavo Bebianno e dizer que ele tinha mentido, que não havia contato e que ele era traidor. Começou a levantar aquela questão de destruir a reputação que o gabinete do ódio faz com muita competência”.
Bebianno morreu em 14 de março, vítima de um infarto fatal. Paulo Marinho, no entanto, credita o falecimento do ex-bolsonarista à “tristeza e decepção”. “A ingratidão na vida é um sentimento muito ruim. Na política, é quase que inaceitável. Quando os filhos perceberam que o Gustavo poderia ter alguma participação protagonista no governo, eles defenestraram o ex-ministro Bebianno. Acredito que a morte dele foi essa tristeza e decepção imensa”. (Metro1)