Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que junho de 2020 registrou o pior índice de queimadas na Amazônia, desde 2007. Números consolidados indicam a existência de 2.248 focos de incêndio registrados por satélites durante o mês.
O resultado representa aumento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em junho de 2019, o Inpe registrou 1.1880 focos de incêndio.
De acordo com informações da revista Época, especialistas e ativistas ambientais alertaram sobre a queima recorde na floresta. A situação coincide com o desmatamento acelerado em meio à pandemia do novo coronavírus.
Com a crise sanitária, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) tem enfrentado desfalques na fiscalização da Amazônia. ONGs que atuam na causa também acusam o governo de Jair Bolsonaro sabotar fiscalizações.
Ainda conforme a publicação, especialistas alertam que crescimento de queimadas no período da pandemia pode impactar a Região Norte. Estudo da Universidade de Harvard divulgado em abril concluiu que a exposição à poluição pode aumentar a letalidade em casos de pacientes graves da Covid-19. Além, também do aumento no número de pessoas em hospitais em um período de tensão que sobrecarregaria hospitais e prejudicaria medidas de distanciamento social.
Desmatamento
Segundo dados do Inpe, o desmatamento na Floresta Amazônica nos cinco primeiros meses de 2020 foi o maior desde 2015: 2.032 km² de floresta. Em geral, o desmatamento atinge o pico entre maio e julho.
O sistema Deter do Inpe, que reúne alertas diários e mensais de desmatamento, registra 609,89 km² de área derrubada entre 1º e 18 de junho. O balanço consolidado pode superar o período de junho de 2019, quando foram derrubados 934,81 km² de floresta. (Bahia.Ba)