Zigomar Correia, pai do nadador baiano, Breno Correia de 22 anos, olha com orgulho para a trajetória do filho na natação, esporte que o jovem ama e se dedica até em dias de domingo.
“Eu estou muito orgulhoso. Ele sempre foi muito focado, muito ‘na dele’, muito atencioso com as coisa, calmo. Sempre foram as características dele”, contou Zigomar Correia.
Na madrugada de quarta-feira (28), às 0h26 (horário de Brasília), o baiano Bruno Correia, Luiz Altamir, Fernando Scheffer (que já ganhou uma medalha de bronze na competição), e Murilo Sartori vão disputar a final do revezamento 4x200m livre, feito que o Brasil não conseguia desde 1992.
Segundo Zigomar Correia, Breno nasceu em Salvador e começou a nadar em piscinas com apenas 6 anos, por ter bronquite, rinite e sinusite.
“Ele começou bem pequeno, sempre gostou de piscina, de nadar. Ele se preparou muito para as Olimpíadas, se mandar treinar no domingo de manhã, ele acorda 6h e 7h30, e está lá treinando. É muito dedicado”, disse o pai do nadador.
O lazer e tratamento para as doenças foram levados mais a sério quando o jovem deixou Salvador para morar com a família no Rio de Janeiro, com apenas 12 anos. A mudança ocorreu após Zigomar, que agora tem 65 anos e é aposentado, ser transferido, a trabalho, para a capital carioca.
“No Rio de Janeiro, em 2011, ele treinou no Vasco da Gama, depois foi para o Flamengo, onde começou a se destacar. Depois eu tive que ir para São Paulo, ele ainda ficou com a mãe no Rio, mas por causa da necessidade de juntar a família de novo, eles foram morar comigo”, lembrou.
“E ele estava ganhando tudo no Flamengo, não era só os campeonatos do estado. Isso fez com que ele chamasse a atenção do Pinheiros (atual clube de Breno), que era o melhor time na época. Ele se destacava demais”, conta orgulhoso.
O pai do nadador destacou que o filho treinou bastante, que notou um cansaço do jovem, mas acredita em uma boa participação de Breno na madrugada desta quarta.
“O Breno treinou bastante desde janeiro. Viajou para muitos lugares para treinar, São Paulo, Rio de Janeiro, Portugal, Japão, onde mandavam ir, meu filho ia. Ele focava mais nos 100 metros e agora vai disputar os 200, mas vamos ficar na torcida por um bom desempenho”, afirmou.
Superstições antes de pular na piscina
Durante a entrevista ao G1, Zigomar brincou que o filho, apesar de se emocionar e ficar feliz com os resultados conquistados, não mostra muita empolgação depois de vencer as provas.
“Eu fico brincando que eu não sei o que passa pela cabeça dele e o técnico dele fala a mesma coisa. Ele se emociona, fica feliz, mas não é de mostrar muito para as pessoas. É bem tranquilo”, contou.
E o que Breno Correia faz antes de pular nas piscina? O pai do atleta baiano contou que ele sempre dá três pulos antes de pular. Outra curiosidade do baiano é aquecer sempre na raia onde vai disputar a prova.
“Ele sempre aquece na raia onde vai disputar. Se ele for sair na cinco, aquece na cinco. Quando ganha e vai disputar na dois, aí ele faz o aquecimento na dois. São os rituais dele”, detalha o pai de Breno Correia.
“Eu sempre falo para o Breno tentar fazer o melhor que ele pode. Disputar as Olimpíadas foi um dos sonhos que ele realizou e agora ele vai tentar fazer o melhor lá”.
Final do revezamento 4x200m livre
Breno Correia, Fernando Scheffer, Luiz Altamir Melo e Murilo Sartori conquistaram a última vaga na final do revezamento 4x200m livre da natação nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, na manhã de terça-feira (27). Na semifinal, a equipe fez o oitavo tempo com 7min07s73.
Luiz Altamir abriu o revezamento para o Brasil, fechando sua passagem na sexta posição em 1min48s01, e Fernando Scheffer manteve a equipe na colocação com 1min46s09.
Murilo Sartori nadou em 1min46s76 e entregou em quarto lugar para o baiano Breno Correia, que fechou a prova com 1min46s87, finalizando em 7min07s73. (G1)