Uma das sambadeiras de maior destaque da Bahia, Maria Eunice Martins Luz, conhecida como Dona Nicinha do Samba, morreu na madrugada desta quinta-feira (17), aos 72 anos, na casa em que vivia em Santo Amaro, no Recôncavo baiano. As primeiras informações são de que a morte foi natural.
Dona Nicinha nasceu em uma família de sambadeiras e sambadores tradicionais. Aprendeu a sambar assim, frequentando festas de caruru de São Cosme, de Santa Bárbara e reza de São Roque e Santo Antônio.
A história dela foi contada no documentário “O mundo aos pés de Nicinha”, lançado em março de 2021. A neta Evelyn Sacramento também escreveu uma biografia da sambadeira, intitulada “Menina Nicinha”.
O nome de Nicinha aparece no samba “Quebradeira”, que tem versões de várias bandas de pagode, incluindo Harmonia do Samba. Ela também é título de uma música de Caetano Veloso que está no disco Qualquer Coisa, de 1975. Dona Nicinha também foi uma das vozes eternizadas no álbum musical “Mulheres sambadeiras: por cima do medo, coragem”.
Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lamentou a morte e destacou que Dona Nicinha será sempre lembrada como “uma das personagens contemporâneas mais extraordinárias, quando o assunto é samba de roda”.
“A Bahia, o Brasil e o mundo, mas sobretudo os moradores de Santo Amaro da Purificação, perdem uma de suas memórias vivas, a manifestação da alegria e do samba de roda em pessoa. Dona Nicinha do Samba é, e sempre será, esse símbolo de força da mulher aliada à destreza e gingado do seu corpo. Como ela mesma dizia: “Me sinto como se fosse uma pombinha voando, uma coisinha leve. Quando aquele tambor me chama, aquele pandeiro me chama, aquele violão me chama, eu tenho que dar meu recado”, diz a nota. (Correios)