A proposição leva em conta uma auditoria, bancada pelo próprio partido, cujo resultado aponta ser impossível validar o resultado de parte das urnas eletrônicas
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, anunciou nesta terça-feira (15) que vai ajuizar ação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a anulação das eleições deste ano.
O PL, que atualmente é o partido do presidente Jair Bolsonaro, informou que contratou auditoria cujo resultado apontou “ser impossível validar os resultados gerados nas urnas de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015”.
Segundo informações do site O Antagonista, o documento é assinado por Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL); seu vice Márcio Abreu, engenheiro eletrônico, e o membro associado Flávio Gottardo de Oliveira, engenheiro aeronáutico, ambos formados no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).
Todos os representantes do IVL partem da premissa de mau funcionamento das urnas eletrônicas antigas. Eles afirmam que estudos estatísticos teriam identificado “interferência indevida nos percentuais de votação dos candidatos”.
E, em seguida, desatacam que “para encontrar evidências de que este grupo de urnas não teria funcionado corretamente, foi realizada uma análise inteligente dos dados contidos nos arquivos Log de urna de todos os modelos de urna eletrônica, utilizados nas eleições de 2022.”
Na defesa da tese que prega fraude eleitoral, a equipe do IVL, contratada pelo PL, diz que adotou procedimentos preconizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como auditoria de conformidade, auditoria operacional, inspeção, acompanhamento e monitoramento. Em parceria com a Gaio.io, um empresa de Tecnologia da Informação (TI), construiu-se uma base de dados com todos os arquivos de Boletim de Urna e Log de Urna dos mais de 472 mil equipamentos usados na votação.
Confira, na íntegra, o relatório da auditoria paga pelo PL:
“Do ponto de vista técnico, quando gera um arquivo de Log de Urna inválido, a urna eletrônica apresenta falha de funcionamento e confirma que utilizou uma versão de código dos programas diferente da versão utilizada nas urnas eletrônicas modelo UE2020, lacrada em cerimônia pública no TSE. Códigos iguais de programas de urna eletrônicas geral arquivos válidos de Log de Urna.”
“Nesta perspectiva técnica, não é possível validar os resultados gerados em todas as urnas eletrônicas de modelos 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015, resultados estes que deveriam ser desconsiderados na totalização das eleições o segundo turno, em função do mau funcionamento destas urnas.” (Correio do Estado)