A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (14) a Operação Expurgo que tem como alvo uma organização criminosa especializada em manipular processos licitatórios, principalmente na esfera da saúde.
Estão sendo cumpridos ao longo da manhã 24 ordens de busca e apreensão, 14 mandados de suspensão de servidores públicos, além de outras medidas judiciais, nas cidades de Teixeira de Freitas, Prado, Medeiros Neto, Santa Cruz de Cabrália, Porto Seguro, Mucuri, Itapebi e Belmonte. Agentes cumprem mandados em Vila Velha e São Mateus, ambas cidades no Espírito Santo.
Após aproximadamente um ano de investigação, a PF diz ter detectado a atuação de duas coalizões empresariais que se valiam de entidades jurídicas para manipular a competitividade e a integridade dos processos licitatórios.
Ainda segundo o órgão, as ações desse grupo acarretaram em prejuízos ao erário público estimados em torno de R$ 5 milhões, mas a PF desconfia que a movimentação financeira pode ser muito maior, chegando a cerca de R$ 92 milhões.
Uma análise prévia conduzida antes do início da operação permitiu identificar as pessoas utilizadas para corromper servidores públicos e ocultar patrimônio. A PF afirma ter identificado também os funcionários públicos que se beneficiaram dessas práticas ilegais.
“Com o material apreendido na data hoje, a PF pretende detalhar ainda mais a extensão dos danos ao patrimônio público, eventualmente estendendo a investigação para outros envolvidos, bem como localizar o caminho trilhado pelo dinheiro desviado, terminando por expurgar dos quadros funcionais servidores públicos que se deixaram seduzir pelas práticas ilícitas”, informou o órgão.
Os indivíduos envolvidos enfrentarão uma série de acusações, incluindo corrupção ativa e passiva (nos termos do artigo 317 e artigo 333 do Código Penal), bem como fraudes licitatórias (conforme os artigos 89 e 90 da Lei 8.666/93). As penas associadas a esses delitos, se somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
(BNews)