Esquema rígido de segurança e entrada pelos fundos: saiba como foi o parto de Suzane von Richthofen

Criança nasceu na madrugada da sexta-feira, 26, em Atibaia, interior de SP; funcionários foram proibidos de repassar informações sobre parto

Foto: Marcelo Gonçalves/SigmaPress/Estadão Conteúdo

Condenada pelo assassinato dos próprios pais, Suzane von Richthofen, de 40 anos, deu à luz o primeiro filho na madrugada desta sexta-feira, 26, em Atibaia, no interior de São Paulo. O médico Felipe Zecchini Nunes, atual companheiro dela e pai da criança, ocupa a posição de chefe do pronto-atendimento no Hospital Albert Sabin, onde o bebê nasceu.

Para garantir discrição e evitar alvoroço público, foi implementada uma espécie de “operação de guerra” na unidade, com esquema rígido de segurança. As informações são do jornal O Globo.

Suzane realizou todo o pré-natal sob os cuidados da obstetra Taís Albrecht de Freitas no complexo hospitalar Santa Casa, em Bragança Paulista, onde o casal reside. Contudo, como na cidade ela normalmente é reconhecida e até alvo de assédio nas ruas, o parto foi transferido para o Hospital Albert Sabin, onde Felipe exerce suas funções médicas.

Segundo o jornal, a mudança foi feita pelo pai da criança com o intuito de obter o respaldo da administração para assegurar que a permanência da mulher na unidade fosse mantida em total confidencialidade.

O plano para manter a passagem de Suzane pela unidade de saúde em absoluto sigilo envolveu uma série de medidas rigorosas. A administração do Hospital Albert Sabin não tinha interesse que os seus pacientes soubessem da presença de Suzane no local. Com o propósito de evitar qualquer vazamento de informações, realizou-se uma reunião com os funcionários ao longo da semana para esclarecer o detalhado esquema de segurança, descrito pelos trabalhadores como inédito em relação aos padrões usuais do hospital.

A chegada da parturiente na madrugada de quinta para sexta-feira foi cuidadosamente planejada, com Suzane usando um casaco de moletom com capuz para cobrir o rosto. Ela entrou pelos fundos do hospital, acessou um laboratório e dirigiu-se rapidamente para o quarto 117, conforme estabelecido.

De acordo com o jornal, a equipe do Albert Sabin recebeu instruções estritas para não abordar Suzane sobre assuntos que não fossem relacionados ao parto, sob ameaça de demissão em caso de descumprimento. Os operadores de telefonia foram informados sobre a monitorização das chamadas feitas durante o período em que Suzane esteve no hospital, visando identificar vazamentos de informações.

“Ficou todo mundo apreensivo, com medo de ser punido. Foi um ‘bochicho’ generalizado. Quando a informação do parto vazou, ficamos com medo de ser alvo de investigação ou sindicância, porque muita gente viu Suzane no hospital”, disse funcionária, que preferiu não se identificar, em entrevista ao O Globo.

Apesar da expectativa inicial de alta para domingo ou esta segunda-feira, Suzane optou por deixar o hospital no sábado à noite, por volta de 21h30, sem receber visitas além da presença do marido.

Para ter o filho no Hospital Albert Sabin, em Atibaia, Suzane von Richthofen precisou obter autorização judicial, uma vez que está em regime aberto. Conforme as disposições da Lei de Execução Penal (LEP), Suzane está impedida de sair da jurisdição da cidade declarada como seu domicílio no fórum de Bragança Paulista.

As restrições do regime aberto irão impor limitações à vida materna de Suzane, como a permissão para sair com o bebê apenas entre 6h e 20h. O descumprimento das regras estabelecidas pode resultar na perda do benefício e no retorno à prisão. A pena de Suzane se estende até 2041, coincidindo com a idade de 17 anos de seu filho.

Suzane e Felipe se conheceram em fevereiro do ano passado por meio do Instagram, e ela engravidou em maio. Antes desse relacionamento, o médico era casado com a colega de profissão Sílvia Constantino, com quem teve três filhas, com idades entre 7 e 13 anos. Atualmente, a guarda das crianças está sob a responsabilidade de Felipe. Contudo, desde que Suzane foi morar com o médico, as crianças mudaram-se para a residência da mãe de Felipe, Lygia Maria Zecchini Muniz.

Sílvia perdeu a guarda das filhas devido a problemas relacionados ao alcoolismo e depressão. Após se recuperar, ela está lutando judicialmente para obter a custódia. Ao jornal O Globo, ela expressou seu desejo de afastar suas filhas de Suzane, alegando que não quer as crianças próximas de alguém que cometeu um crime tão grave. 

O filho de Suzane nasceu por meio de uma cesariana programada, e ambos, mãe e bebê, estão bem. De acordo com o jornal, seguindo o protocolo de segurança estabelecido, Suzane deixou o hospital pela mesma saída que utilizou para entrar: pelos fundos.

Filho não terá sobrenome da mãe na certidão
Criança se chamará Felipe, o mesmo nome que o pai. O sobrenome Richthofen não constará na certidão do recém-nascido para que ele não seja associado ao crime cometido pela mãe. Coincidentemente, o dia 26 de janeiro também é a data de nascimento de Daniel Cravinhos, que completou 43 anos, ex de Suzane, condenado pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen.

Suzane cumpre sentença de 39 anos de prisão, atualmente em regime aberto. Ela conquistou o regime semiaberto em outubro de 2015, quando passou a deixar a prisão nas saídas temporárias e para cursar faculdade de Biomedicina.

(Terra)

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