O time de futebol Jacobinense, o ex-prefeito de Cardeal da Silva, Manoelito Argolo, e diversos garimpos estão na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Este documento reúne nomes de empregadores que responderam ou ainda respondem a processos administrativos por manter funcionários em condições semelhantes à escravidão. A última atualização da lista, realizada na segunda-feira (7), incluiu 176 novos nomes, sendo 20 por práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico.
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) informou que jovens estavam realizando treinos para a divisão de base do Jacobinense, mas não tinham liberdade de ir e vir e eram submetidos a uma carga intensa de treinamento, além de receberem alimentação inadequada.
Ainda segundo o MPT, o inquérito continua em andamento. No dia 19 de setembro, o órgão apresentou uma proposta para a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que está sendo avaliada pelo clube, com um prazo de 30 dias para análise.
O ex-prefeito Manoelito Argolo, que está na “lista suja”, foi acusado em 2018 de manter um homem e seu filho de 12 anos em condições análogas à escravidão em sua fazenda. Fiscais do Ministério do Trabalho resgataram os dois em um casebre sem água, com instalações elétricas precárias e um banheiro sem descarga. Em outra propriedade, foram encontrados 15 trabalhadores sem equipamentos de proteção, recebendo menos que um salário mínimo e sem registro de FGTS ou férias.
Passados seis anos, o nome de Argolo continua na lista, mas o MTE não detalhou os motivos. O g1 também busca contato com o ex-prefeito, que possui propriedades com pista de pouso e hangar para aviões. Seu filho, Manoelito Argolo Júnior (Solidariedade), foi reeleito prefeito de Entre Rios no último domingo (6).