A partir de 2025, 13 das 20 maiores cidades da Bahia serão administradas por prefeitos que fazem oposição ao governo do Estado. Esses municípios concentram mais de 4,5 milhões de eleitores, o equivalente a 40% do eleitorado do estado, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA).
O União Brasil, um dos partidos mais representativos na oposição ao governo baiano, elegeu prefeitos em cidades de grande porte, como Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Simões Filho, Ilhéus e Barreiras.
A lista ainda pode aumentar com Vitória da Conquista, caso a Justiça valide a vitória de Sheila Lemos, que venceu nas urnas com 58,83% dos votos, mas não pode ser considerada eleita até que seja julgado um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outra cidade que se torna crucial nesse momento é Camaçari, onde candidatos Caetano (PT) e Flávio (União Brasil) irão disputar, pela primeira vez na história do município, o segundo turno.
‘Equilíbrio político’
O cientista social Cláudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), explica que, primeiro, é importante entender que o eleitorado baiano está muito além desses 20 municípios. A Bahia possui 417 cidades com mais de 11,2 milhões de votantes e a base governista venceu em 309 cidades, onde os prefeitos também vão influenciar o voto.
Apesar disso, o resultado de 2024 é um termômetro e a oposição tem tido vitórias políticas em cidades importantes, observa ele.
“É o mesmo cenário de 2020, né? Quando o partido, à época o Democratas, foi muito forte na eleição, teve aliados também que foram eleitos e conseguiu brigar ali pelo governo do estado, mas perdeu. A oposição, ao conseguir se sair bem nestas cidades estratégicas, consegue reforçar a sua liderança política. Estas cidades são polos para outras cidades menores”, analisa.
Por isso, estar presente em grandes cidades é essencial pela quantidade de votos, da magnitude da população a ser governada e, ao mesmo tempo, para a visibilidade do nome destas lideranças políticas. Esses elementos trazem vantagens e viabilidade eleitoral para a disputa ao governo do estado em 2026.
“A gente está vivendo na Bahia a manutenção de um equilíbrio político, já que a oposição, liderada por ACM Neto, ganha nas maiores cidades e a base governista ganha nas menores”, resume.
Confira cenário político nas cidades em relação ao governo estadual:
Oposição
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Salvador – Bruno Reis (União Brasil)
Feira de Santana – José Ronaldo (União Brasil)
Vitória da Conquista – Sheila Lemos (União Brasil) sub judice
Lauro de Freitas – Débora Santana – (União Brasil)
Ilhéus – Valderico Júnior (União Brasil)
Porto Seguro – Jânio Natal (PL)
Barreiras – Otoniel (União Brasil)
Teixeira de Freitas – Marcelo Belitardo (União Brasil)
Simões Filho – Del (União Brasil)
Luís Eduardo Magalhães – Júnior Marabá (PP)
Santo Antônio de Jesus – Genilval (PSDB)
Guanambi – Nal Azevedo – Avante
Jequié – Zé Cocá (PP)
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Situação
Juazeiro – Andrei Gonçalves (MDB)
Itabuna – Augusto Castro (PSD)
Alagoinhas – Gustavo Carmo (PSD)
Eunápolis – Robério Oliveira (PSD)
Paulo Afonso – Mário Galinho (PSD)
Valença – Marcos Medrado (PV)
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A definir
- Camaçari – Luiz Caetano (PT) e Flávio Matos (União Brasil)