Ludmilla e Brunna Gonçalves anunciam gravidez de primeiro filho por fertilização in vitro; entenda o método

Casal optou pelo método Ropa, que permite participação de ambas na gestação; especialistas explicam o processo e seus desafios

Foto: Reprodução/Instagram

A cantora Ludmilla, 29 anos, e a dançarina Brunna Gonçalves, 32 anos, anunciaram durante um show da turnê “Numanice 3”, em São Paulo, no último sábado (9), que estão esperando o primeiro bebê. Em entrevista ao programa Fantástico, exibida no domingo (4), o casal revelou que a gravidez foi possível através de um processo de fertilização in vitro, utilizando o método Ropa.

Método Ropa e Fertilização In Vitro

O método Ropa, sigla para “recepção de ovócito da parceira”, é uma técnica de fertilização in vitro voltada para casais homoafetivos femininos, na qual uma das mulheres fornece seus óvulos, enquanto a outra gestará o bebê.

No caso de Ludmilla e Brunna, os óvulos de Ludmilla foram fecundados com sêmen de um doador e implantados no útero de Brunna, que será a gestante.

“Esse método permite que ambas as parceiras participem ativamente do processo: uma fornece os óvulos e a outra o útero, compartilhando de forma completa a experiência da maternidade”, explicou o ginecologista e especialista em reprodução humana Fernando Prado à CNN.

Apesar da criança carregar a carga genética da mulher que doou os óvulos, é possível que ocorram influências epigenéticas durante a gestação, o que pode afetar traços de personalidade e algumas características físicas.

Fertilização in Vitro: Como Funciona?

A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida onde os óvulos são fertilizados em laboratório e, posteriormente, implantados no útero. O processo envolve uma estimulação ovariana para coletar o maior número possível de óvulos, que são fertilizados em laboratório com o espermatozoide do doador.

Segundo o médico Roberto de Azevedo Antunes, diretor da FERTIPRAXIS, existem duas técnicas principais: a fertilização in vitro tradicional e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

No Brasil, casais homoafetivos têm acesso legalizado à reprodução assistida desde 2015. Para casais do sexo feminino, a doação de sêmen é feita de forma anônima. Já para casais do sexo masculino, é necessário o uso de uma “barriga solidária”, realizada por uma mulher com parentesco consanguíneo de até 4º grau.

Tempo de Duração e Riscos

O processo de fertilização in vitro pode durar de algumas semanas a meses, dependendo de cada caso. Em média, a estimulação ovariana até a coleta de óvulos leva cerca de duas semanas. Após isso, o cultivo dos embriões pode durar de cinco a sete dias.

Se houver análise genética dos embriões, o tempo pode se estender, sendo necessário um mês adicional para preparar o útero para a transferência dos embriões.

Entre os riscos do procedimento estão a possibilidade de gestação múltipla e a síndrome de hiperestímulo ovariano. Para evitar gestações de gêmeos ou trigêmeos, geralmente se transfere apenas um embrião de cada vez.

Segundo especialistas, a síndrome de hiperestímulo ovariano é rara, ocorrendo em menos de 1% dos casos, mas pode levar a complicações graves, como a perda dos ovários.

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