O presidente sírio, Bashar al-Assad, deixou a capital Damasco neste domingo (8), conforme relataram altos oficiais do exército.
Segundo os rebeldes, a retirada de Assad permitiu que insurgentes entrassem na cidade sem encontrar resistência militar significativa, marcando um novo capítulo no conflito que assola o país desde 2011.
“Celebramos com o povo sírio a notícia da libertação de nossos prisioneiros, o rompimento de suas correntes, e anunciamos o fim da era de injustiça na prisão de Sednaya”, declararam os rebeldes. Sednaya, uma prisão militar localizada nos arredores de Damasco, é conhecida por abrigar milhares de detidos pelo governo sírio.
Informações preliminares indicam que a aeronave que transportava Assad inicialmente se dirigiu à região costeira da Síria, mas realizou uma manobra brusca, invertendo a rota antes de desaparecer dos radares.
Enquanto isso, os rebeldes consolidaram vitórias estratégicas. Em apenas um dia de confrontos, assumiram o controle de Homs, terceira maior cidade do país. Comemorações tomaram conta das ruas, com tiros para o alto e a destruição de cartazes de Assad, refletindo a insatisfação popular e o colapso acelerado do controle territorial do regime.
Entenda o cenário do conflito sírio
Desde 2011, a Síria enfrenta uma guerra civil entre as forças do governo e insurgentes liderados por grupos extremistas islâmicos. No final de novembro, os rebeldes lançaram uma ofensiva surpresa que rapidamente mudou o equilíbrio de poder. Cidades como Aleppo e Homs já foram capturadas, e agora, Damasco, sede das forças armadas, está sob pressão dos insurgentes.
Abu Mohammed al-Golani, líder dos rebeldes e figura central do movimento extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), declarou ao The New York Times que o objetivo do grupo é “libertar a Síria do regime opressivo” de Assad, que governa há 24 anos. O HTS, anteriormente ligado à Al Qaeda, é conhecido por suas táticas extremistas e por liderar a ofensiva atual.