Javier Milei recebe prêmio de Economista do Ano em meio a escândalo com criptomoeda

Ordem dos Economistas do Brasil homenageia presidente argentino, enquanto ele enfrenta acusações de fraude e pedidos de impeachment

Foto: AFP | Luis Robayo

Mesmo sob suspeitas relacionadas à criptomoeda $Libra, o presidente da Argentina, Javier Milei, foi agraciado pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) com o prêmio de Economista do Ano. A honraria foi anunciada nesta terça-feira (25) e reconhece a atuação do mandatário nas políticas monetária e regulatória do país vizinho.

Segundo a OEB, Milei se destacou por sua “sabedoria e determinação” ao lidar com os desafios econômicos da Argentina. Em uma carta oficial compartilhada pelo próprio presidente argentino nas redes sociais, a entidade afirmou que a escolha do premiado “não poderia ter sido mais acertada” e destacou sua visão estratégica para a estabilidade financeira.

A cerimônia de entrega do prêmio está prevista para agosto, o que pode resultar em uma visita de Milei ao Brasil, apesar das relações tensas entre os dois países. Criado em 1957, o prêmio já homenageou figuras influentes da economia, como Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, que venceu a edição de 2023. Na ocasião, a escolha também gerou polêmica, já que Campos Neto não possuía registro formal como economista.

Milei enfrenta uma crise política após promover a criptomoeda $Libra em 14 de fevereiro. Pouco tempo depois, o ativo perdeu valor drasticamente, resultando em prejuízo para cerca de 40 mil investidores. As perdas superam US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 23 bilhões), levando a pedidos de impeachment e investigações no Congresso argentino.

Nesta segunda-feira (24), um tribunal federal foi designado para reunir as diversas ações que pedem a apuração de possíveis crimes cometidos por Milei, incluindo associação criminosa, fraude e descumprimento de deveres de funcionário público.

A organização social Observatório do Direito à Cidade, que lidera uma das denúncias, afirmou em comunicado que “Milei fez parte de uma associação criminosa que organizou uma fraude, afetando simultaneamente mais de 40 mil pessoas”.

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