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Com uso mais frequente de analgésicos, um novo tipo de dor de cabeça tem sido cada vez mais relatados em consultórios médicos. Segundo Márcio Nattan Portes Souza, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, o paciente que sofre constantemente com dores de cabeça e passa a abusar da medicação pode desenvolver ainda mais cefaleia. “A gente observa que o paciente sabe disso, que começa a diminuir o efeito do analgésico. Então, antes [a dor de cabeça] melhorava completamente, agora não melhora tanto. Antes, ele [o paciente] ficava três dias sem dor depois que tomava um analgésico, agora ele fica meio dia e a dor volta”, disse o médico. A declaração foi dada durante o Congresso Brasileiro e Panamericano de Neurologia, na capital paulista. O especialista lembra que, por ser um desconforto comum entre a população, poucas pessoas procuram ajuda médica, o que só piora o problema. “A Sociedade Brasileira de Neurologia recomenda que em casos de mais de três dias com dor de cabeça por mês ou de mais de três meses de dores de cabeça frequentes, é preciso procurar a ajuda de um neurologista”, afirma. O médico afirma que, além da conscientização do paciente para eliminar os abusos, é preciso fazer um tratamento contínuo. Ele recomenda também uma reflexão sobre os hábitos. Nattan sugere que o paciente invista em atividade física, melhora do sono, combate ao estresse e tratamento dos sintomas de depressão e ansiedade. A meditação também pode ser uma boa aliada. Quando a cefaelia dura mais de 15 dias já pode ser considerada crônica. Essa forma mais grave de cefaleia afeta 15% da população mundial e é responsável por 20% dos dias perdidos no trabalho nos Estados Unidos. Entre os que sofrem de enxaqueca, o abuso de analgésicos também é presente – de 25% a 50% dos pacientes fazem uso excessivo desses medicamentos. A dor de cabeça intensa pode sinalizar algo mais grave. “Quando a dor de cabeça começa subitamente e, em poucos segundo já está extremamente intensa, é chamada de trovoada. Parece que está explodindo a cabeça. A pessoa não deve marcar consulta e sim ir para o Pronto-Socorro”, alerta o médico. Pessoas com mais de 50 anos, sem histórico de dores, devem se preocupar se apresentar os sintomas. Pacientes transplantados ou com doenças imunodepressoras também devem ficar atentos. (Bahia Noticias)