Prevenção é a melhor medida para combater o AVC

Foto: DR

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças mais letais no Brasil e também uma das mais incapacitantes. Sabe-se que o derrame cerebral, como é popularmente conhecido, pode ser causado por vários fatores, entre eles, hipertensão, diabetes, tabagismo, colesterol alto, obesidade e, no caso das mulheres, o uso de anticoncepcionais. Estatísticas brasileiras indicam que o AVC é a causa mais frequente de óbito na população adulta (10% dos óbitos) e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas. Apesar de atingir principalmente a população idosa, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 4,5 mil mortes por AVC ocorreram em pessoas com menos de 45 anos. Dia 29 de outubro é a data escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Federação Mundial de Neurologia para alertar sobre a doença.

“Estima-se que no mundo a cada seis minutos uma pessoa é acometida por um AVC. A incidência é alta e, dependendo do grau, é uma doença bastante incapacitante”, afirma a neurologista da Unimed-BH, Rosamaria Peixoto Guimarães. De acordo com a médica, o AVC é dividido em dois grupos: isquêmico e hemorrágico. O isquêmico corresponde a 70 a 75% dos casos e ocorre em função de uma obstrução de uma artéria cerebral, no caso da formação de um embolo por exemplo, impedindo a passagem de oxigênio e sangue. Já o hemorrágico é menos comum e há o rompimento de uma artéria do cérebro. Neste caso, o rompimento ocorre quando a parede da artéria fica mais fina e não consegue suportar a pressão sanguínea, como ocorre nos aneurismas cerebrais.

A neurologista explica ainda por que precisamos nos preocupar com alguns fatores de risco. “Precisamos alertar a população para os fatores de risco reversíveis: como colesterol alto que pode levar ao surgimento da arteriosclerose, que é o entupimento das artérias, que favorecem o AVC”, explica. O rompimento ou obstrução do vaso sanguíneo no cérebro também pode ser causado por doenças de coagulação, más formações arteriovenosas ou doenças genéticas.

Outro alerta para a população é que o AVC normalmente deixa sequelas graves como paralisação de uma parte do corpo, impactos na fala, na visão, no equilíbrio, confusão e perda de memória, entre outros. De acordo com a neurologista, o grau de incapacidade causada pelo AVC tem a ver com dois fatores principais: a localização no cérebro onde ocorreu o AVC e o tamanho da área atingida. “A localização faz muita diferença porque existem áreas no cérebro que são silenciosas, ou seja, nessa área pode ocorrer um AVC e, simplesmente, o paciente não aparentar sintomas. Já o tamanho do AVC é um ponto de preocupação porque quanto maior a área atingida, maiores serão as sequelas”, explica.

Sintomas e diagnóstico

O diagnóstico da doença no início é muito importante para conseguir amenizar as sequelas. “A pessoa pode ter um AVC e não ter um sintoma ou pode ter sintomas transitórios que podem parecer com outras doenças como vertigem, uma fraqueza que ela não consegue identificar”, explica a neurologista. A especialista reforça ainda que as pessoas devem ficar alertas para sensações de fraqueza em um lado do corpo, como braço e/ou perna. Outros sinais visíveis podem ser assimetria do rosto (paralisia facial), alteração da fala, ficar sem conseguir pronunciar uma palavra, alteração visual, com perda total ou parcial da visão.

A neurologista da Unimed-BH alerta ainda que quanto mais rápido a pessoa for atendida por um especialista, melhor. “Hoje em dia existem tratamentos e procedimentos emergenciais que são feitos na maioria dos hospitais, inclusive na rede pública. Mas mesmo que o paciente seja atendido depois, há procedimentos a serem seguidos. “É importante que o paciente fique internado, em observação, e não seja liberado. Os procedimentos e acompanhamentos feitos durante a fase inicial do acidente vascular cerebral podem evitar complicações maiores”, conclui. (Noticias ao Minuto)

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