Distância e namoro são duas palavras que, pra muita gente, não caem bem. Mas, o casal de jovens Keyva Raissa, 23 anos, e Gustavo Rocha, 21, desafia os mais de 500 quilômetros e 9 horas de viagens para manter o relacionamento firme e forte através de muito amor.
Nesta quarta-feira (12), quando é comemorado o Dia dos Namorados no Brasil, eles também celebram aniversário de dois anos de namoro. Mas, a comemoração mesmo só deve acontecer no fim de semana, quando Keyva viajar para encontrar o amado.
O casal está junto há dois anos, mas há 8 meses ela se mudou do Acre para Porto Velho, em Rondônia, para ficar junto do namorado, e seria o fim da distância do relacionamento que começou pela internet.
O que eles esperavam é que a partir dali seria só aproveitar a companhia um do outro. Mas, para a surpresa do casal, o relacionamento teve que voltar a ser à distância e, definitivamente, estão vivendo as idas e vindas do amor para que Keyva possa trabalhar e construir um currículo profissional.
“Na verdade, isso é suportável só para quem ama. Mas, a gente começou à distância e, por isso, não é mais dolorosa essa nova separação. A gente se fortalece e tem mais certeza que quer ficar junto”, afirma Keyva.
Como tudo começou
As conversas entre o casal começaram no final de 2016 em grupos de discussões sobre política, conforme Keyva.
“Eu sempre olhava as pessoas que tinha no grupo e o único de DDD parecido com o meu era o Gustavo. A princípio, a gente não se falava fora do grupo, mas em certo momento ele mandou um emoji, no privado, e começamos a conversar e surgiram ideias parecidas e foi assim que tudo começou”, ressalta a jovem sobre as primeiras conversas.
Desde então, eles não pararam mais. Mas o namoro, que começou à distância, só vingou seis meses depois, no dia dos namorados em 2017.
Três dias depois do pedido de namoro, veio a primeira viagem e o primeiro encontro que ocorreu na cidade de Rocha. “Ia visitar uma amiga minha, numa viagem que já estava programada, e fui conhecê-lo também”, relembra.
Assim começaram as viagens. Sempre que surgia um feriado, aconteciam os encontros. Só que essa peregrinação chegaria ao fim com a formatura de Keyva, em julho de 2018, quando já estavam com um ano de namoro.
Estudos concluídos e os dois finalmente colocariam fim à distância e Keyva fez a mudança do Acre para o estado vizinho e passou a morar com o namorado. Mas, o que eles não esperavam é que seria por pouco tempo.
Após a formatura e mudança, também veio a procura por emprego e a necessidade de ter um currículo. E o casal teve que separar novamente.
“Lá [em Porto Velho] não estava conseguindo arrumar emprego. Recém-formada, sem experiência, mandava currículo para vários lugares, mas não tinha retorno”, relembra.
Nesse período de busca, ela, que é formada em fisioterapia, fez um processo seletivo no município de Capixaba, no interior do Acre, no início deste ano, e foi selecionada. Com a convocação, ela tinha a oportunidade de começar a carreira.
“Falei pra ele: ‘vou fazer’. Preciso de pelo menos seis meses de experiência e ele prontamente me apoiou e disse que daria certo”, pontua.
Os encontros
Os encontros agora ocorrem a cada 15 dias, quando Keyva precisa viajar para fazer pós-graduação no estado de Rondônia.
“Como já tinha dito para ele, começamos à distância, e, de certa forma, já estávamos acostumados. Se fôssemos um casal que começou o namoro perto, para separar seria mais difícil, mas não foi tão doloroso ficar indo e voltando, porque já era meio que um costume nosso”, ressalta.
Neste ano, não vai ter comemoração do Dia dos Namorados na data exata. Para eles, o que vale mesmo é estar junto.
“Vou chegar lá um dia depois e vamos comemorar. Vale a pena, posso afirmar. Quando você ama, percebe que o amor é capaz de suportar essas coisas. E tudo está lá. Esperando eu voltar, porque, até dezembro, pretendo voltar com essa bagagem. A menos que surja uma oportunidade em Porto Velho antes disso”, conclui.
Gustavo Rocha, que está esperando pela namorada, afirma que, apesar de ter que lidar com a saudade e a presença, o momento é difícil, porém, acredita que o futuro vai ser bem diferente.
“Nós estamos em processo de crescimento profissional é e isso que fortalece para que a gente possa suportar esse momento. A gente acaba amadurecendo. E tenho certeza que logo teremos um fim definitivo dessa distância”, conclui. (G1)