Os atletas brasileiros disputam o Mundial de Esportes Aquáticos, em Gwangju, na Coreia do Sul, tentando superar os problemas da gestão esportiva e a crise financeira da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Na equipe, a baiana Ana Marcela Cunha é uma das principais apostas do time brasileiro. A nadadora, de 27 anos, já conquistou nove medalhas nas maratonas aquáticas.
A entidade aguarda renovação de contrato com os Correios e precisou da ajuda financeira do COB para realizar os principais torneios no País. Os atletas nadam contra a crise para buscar vagas em Tóquio. As maiores esperanças do País estão na natação e na maratona aquática. Na edição anterior do torneio, em Budapeste, o País conquistou oito medalhas.
Os primeiros brasileiros na disputa serão Luiz Felipe Santos e Kawan Pereira que disputam as eliminatórias no trampolim masculino 1m. A prova acontece às 23h. Na madrugada, às 3h30, Luana Lira e Danielle Robles disputam as eliminatórias no feminino. As competições de natação, uma das modalidades mais nobres, começam no dia 20. O Mundial dá vagas olímpicas nos revezamentos, maratona aquática, saltos, nado e polo.
Além de apostar suas fichas na própria Ana Marcela, o Brasil tem chances reais de medalhas na natação com Nicholas Santos (50m borboleta), Bruno Fratus (50m livre), Etiene Medeiros (50m costas) Felipe Lima e João Luiz Gomes Jr. (50m peito), Marcelo Chierighini (100m livre) e no revezamento 4 x 100m livre masculino.
A nadadora baiana cita o foco na classificação olímpica. “Todo o planejamento da temporada foi traçado com foco para o Mundial e está sendo executado. Conseguimos alcançar tudo o que foi planejado, que era subir no pódio em todas as etapas do Circuito Mundial. Sem dúvida, a prioridade é a prova dos 10 km, que é a seletiva olímpica. As seguintes (5 km e 25 km) serão encaradas no momento adequado, passo a passo”, diz Ana Marcela.
O Brasil conta com o nadador mais rápido nos 50m livre em 2019: Bruno Fratus cravou 21s31 em junho. “Essa geração atual é a melhor da história. Isso é encorajador para todo mundo, inclusive para mim, que estou há mais de dez anos na seleção”.
A seleção vive a expectativa sobre a presença de Gabriel Santos no revezamento 4×100 m livre. O nadador foi flagrado por uso do esteroide anabólico clostebol, em exame fora de competição realizado em 20 de maio. Ele será julgado no dia 19 e, caso seja inocentado, estará livre para competir. Se for punido, pode pegar dois anos de suspensão.
Paralelamente aos bons resultados, os problemas administrativos se acumulam. A CBDA determinou regime de “home office” para seus funcionários no início do ano e fechou sua sede, no centro do Rio, para economizar. A direção da CBDA atrasou pagamentos para funcionários terceirizados.
PAZ – Antes da abertura, as piscinas registraram as eliminatórias do nado artístico e saltos ornamentais. O lema é da competição é “Mergulhe na paz”, uma trégua simbólica no litígio com a Coreia do Norte.
A competição é a mais importante na preparação para Tóquio-2020, com números superiores aos mundiais de ginástica e atletismo. As disputas abrangem sete modalidades: natação, maratona aquática, saltos ornamentais, salto em plataforma alta, nado artístico, polo aquático e polo aquático de praia. São 2.565 atletas de 194 países, disputando 76 medalhas de ouro em 17 dias de competição. Todas as estrelas estão presentes no último grande evento antes de Tóquio. (E. Conteúdo)