Acredita: quem pode participar do novo programa de crédito do governo

O programa Acredita visa reestruturar o mercado de crédito no Brasil. A iniciativa deve começar a valer em julho de 2024, segundo a Fazenda

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

O programa Acredita, que visa reestruturar o mercado de crédito no Brasil, bem como estimular a geração de renda, emprego e promover o crescimento da economia, reúne ações para diversos segmentos, entre eles a população vulnerável.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou a iniciativa nesta segunda-feira (22/4) em evento no Palácio do Planalto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou do lançamento.

O programa Acredita, lançado em forma de medida provisória, está previsto para começar em julho de 2024. Entenda como vai funcionar a iniciativa do governo federal nos seguintes quatro eixos:

  1. Microcrédito a inscritos no Cadastro Único (CadÚnico)
  2. Desenrola Pequenos Negócios
  3. Criação de mercado para o crédito imobiliário
  4. Eco Invest Brasil, incentivo aos investimentos em projetos sustentávei

Inscritos no CadÚnico

Com o objetivo de oferecer microcrédito para inscritos no CadÚnico, o programa Acredita pretende realizar, até 2026, cerca de 1,25 milhão de transações de microcrédito, com cada operação avaliada em torno de R$ 6 mil.

O objetivo da medida é injetar mais de R$ 7,5 bilhões na economia até 2026, de acordo com o Ministério da Fazenda. Ao todo, 43 milhões de famílias (96 milhões de pessoas) estão registradas no CadÚnico — 54% têm renda per capita de até R$ 106 por mês.

Serão liberados, por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO) Desenrola Brasil, R$ 500 milhões em 2024. Ao menos metade das concessões deve ser destinada a mulheres.

Quem pode solicitar?

  • Famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico
  • Informais
  • Pequenos produtores rurais que acessam o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)

Negócios

Desenrola Pequenos Negócios

O programa Acredita também prevê a ampliação de acesso a crédito e a renegociação de dívidas bancárias para Microempreendedor Individual (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte com faturamento bruto anual de até R$ 4,8 milhões).

Conforme levantamento da Serasa Experian, publicado em janeiro, cerca de 6,3 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes — sendo o maior número da série iniciada em 2016.

O Desenrola Pequenos Negócios autoriza que o valor renegociado até o fim de 2024 possa ser contabilizado para apuração do crédito presumido dos bancos entre 2025 e 2029. Ou seja, as instituições bancárias serão capazes de potencializar a capacidade de concessão de empréstimos.

Procred 360

O Procred 360 vai oferecer taxas de juros competitivas, fixadas em Selic mais 5% ao ano, com foco em beneficiar o público em situação mais vulnerável. A iniciativa também visa ampliar as garantias, bem como permitir o pagamento de juros no período de carência.

Pronampe

Aqueles inadimplentes no Pronampe poderão renegociar as dívidas com os bancos, mesmo após a honra das garantias. Isso permitirá que esses empresários voltem a ter acesso ao mercado de crédito.

O programa Acredita também cria um limite — 50% do faturamento bruto anual — e expandido de concessão de crédito para empresas que tenham mulheres como sócias majoritárias ou sócias administradoras.

Crédito imobiliário

A medida visa beneficiar, principalmente, famílias de classe média que não se enquadram em programas habitacionais populares, como o Minha Casa, Minha Vida, e consideram elevado as taxas de financiamento do mercado.

Público-alvo:

  • Famílias de classe média que não se enquadram em programas habitacionais
  • Mercado imobiliário
  • Setor de construção civil

Sustentabilidade

O programa pretende incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no Brasil e oferecer soluções de proteção cambial, visando a mitigação dos riscos associados à volatilidade do câmbio para não atrapalhar a entrada de investimentos no país.

Por meio de linhas de crédito competitivas, o governo quer financiar projetos de investimento voltados à transformação ecológica, utilizando esses recursos externos.

Público-alvo:

População nacional
Mercado externo
Parceiros, como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Central

Fonte: Metrópoles

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