Após quatro horas sob a mira de uma arma, uma adolescente de 16 anos foi liberada de um cárcere no bairro de Tancredo Neves, na manhã desta segunda-feira (17). Segundo a polícia, o homem liderava um bonde no bairro e ostentava armas. Os dois namoravam há pouco tempo.
Ainda abalada, ela falou pouco com a reportagem do CORREIO e confirmou que tinha uma relação com o suspeito. “A gente saía há dois meses, mas eu não sabia que ele tinha envolvimento com o crime”, afirmou a jovem enquanto caminhava para casa.
Mãe da adolescente, a operadora de caixa Débora de Carvalho, disse que não tinha qualquer conhecimento sobre a relação da filha com o suspeito e que não sabia nem da existência dele. “Não conhecia ele, fiquei sabendo da existência dele agora com toda essa situação. Se eu não sabia dele, sabia muito menos de que ela estava envolvida com ele. Tudo uma surpresa pra mim”, disse ela.
Débora contou como foram os momentos de desespero antes que a filha fosse liberada. Segundo ela, a vítima ligou para a avó em desespero afirmando que estava correndo risco de vida. “Ela ligou para minha mãe pedindo socorro e dizendo que ia morrer. Eu subi e aí ela me ligou novamente. ‘Eu vou morrer, vou morrer’. Toda hora ela repetia isso pra mim no telefone. Isso era umas 3h30 da manhã mais ou menos, o medo de perder minha filha foi muito grande”, lembrou.
Cárcere
A adolescente feita de refém na Rua Carla, no bairro de Tancredo Neves. Ela foi liberada pelo traficante que a ameaçava dentro de uma residência desde o início da manhã após negociações agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou que o suspeito foi cercado na Rua Carla, por volta das 3h, quando estava saindo da residência com armamento em punho. As guarnições estavam circulando por conta da operação de intensificação que a polícia realiza no local desde a semana passada.
“Nessa madrugada, guarnições da Rondesp foram recebidas com tiros e entraram em confronto. Um indivíduo foi preso antes, mas houve essa crise [adolescente feita de refém] que precisamos gerir e negociar”, fala o Major Luciano Jorge, comandante da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
“Ele voltou para dentro de casa quando foi avistado pelos agentes e fez a menina de refém. Segundo informações de populares, ela era uma namorada dele. Na conversa, deu para perceber que o suspeito estava sob efeito de drogas, muito nervoso”, completou Luciano Jorge.
Após liberar a jovem, o suspeito se entregou a polícia e foi conduzido para a Central de Flagrantes. Com ele, de acordo com a Polícia Militar da Bahia (PM-BA), estavam uma pistola 9mm, uma metralhadora, um caracol e munição. Todo armamento foi apreendido e levado junto ao suspeito.
O suspeito será interrogado e a vítima também vai passar por oitiva para que a polícia entenda melhor toda a situação.(Correio)