Adolescentes criam geladeira movida a sal que pode revolucionar o transporte de vacinas

Três adolescentes, da Índia, inventam uma geladeira portátil movida a sal, sem necessidade de energia nem bateria.

Foto: AOL

Três jovens amigos da cidade de Indore, na Índia, estão ganhando o mundo com uma invenção tão simples quanto genial: uma minigeladeira que não precisa de eletricidade ou bateria, funcionando apenas com sal e água. O projeto, batizado de Thermavault, foi criado com o objetivo de ajudar no transporte e armazenamento de vacinas e medicamentos em regiões remotas e com difícil acesso à energia elétrica.

Os adolescentes Dhruv Chaudhary, Mithran Ladhania e Mridul Jain se inspiraram nas dificuldades enfrentadas por muitas comunidades rurais indianas, especialmente durante a pandemia de Covid-19. Apesar de virem de famílias urbanas e bem estruturadas, os três cresceram vendo de perto a realidade do sistema de saúde, já que os pais trabalham na área médica.

Foi daí que surgiu o desejo de criar algo acessível, eficiente e sustentável para manter vacinas em temperaturas seguras, mesmo longe de redes elétricas. A geladeira ecológica funciona a partir de um processo de resfriamento baseado na combinação de sal e água. Após testarem 150 tipos de sais, os adolescentes reduziram a fórmula para apenas 20, chegando a uma faixa térmica de 2 a 6 graus Celsius — ideal para o armazenamento de imunizantes.

Reconhecimento global

A inovação rendeu aos estudantes o Prêmio Campeões da Terra 2025, concedido pela ONU a iniciativas que combinam criatividade, impacto social e sustentabilidade. O trio recebeu US$ 12.500 (cerca de R$ 70 mil) e já anunciou planos ambiciosos: construir 200 unidades da Thermavault e distribuí-las para testes em 120 hospitais.

Funcionamento comprovado

O cirurgião ortopédico Pritesh Vyas, do hospital V One em Indore, foi um dos primeiros a testar a invenção. Segundo ele, as vacinas mantiveram-se refrigeradas entre 10 a 12 horas. “É algo realmente promissor, especialmente para uso em áreas remotas e vilas do interior”, afirmou o médico. Ele acredita que, com pequenos ajustes, o dispositivo pode se tornar um recurso indispensável para o setor de saúde em países com infraestrutura precária.

Tecnologia limpa e acessível

Para alcançar temperaturas ainda mais baixas, os adolescentes adicionaram hidróxido de bário à mistura, conseguindo, inclusive, resfriamento abaixo de zero — uma possibilidade que abre portas para o transporte de órgãos e outros insumos hospitalares sensíveis.

O Thermavault surge como um símbolo de como a juventude, quando incentivada, pode oferecer soluções reais para os desafios globais — com criatividade, empatia e um olhar atento à sustentabilidade.

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