O consumo de conteúdo adulto por meio das mídias digitais se tornou um problema gigantesco para autoridades governamentais, líderes religiosos e famílias, pois trata-se de um problema que acarreta inúmeras consequências e já vem atingindo, também, adolescentes entre 10 e 13 anos.
Um estudo publicado recentemente pela organização Common Sense Media, por exemplo, apontou que 12 anos é a idade média em que um jovem tem contato com pornografia. Ou seja, basicamente enquanto criança!
De acordo com os dados divulgados na terça-feira do dia 10, 54% dos adolescentes afirmaram ter visto conteúdo pornográfico na internet antes dos 13 anos, enquanto 15% deles disseram ter tido acesso a esse tipo de material com apenas a 10 anos.
O estudo entrevistou 1.300 adolescentes entre 13 e 17 anos, e 73% deles disseram que já tiveram acesso a conteúdo adulto antes dos 17. Para Jim Steyer, fundador da Common Sense Media, esse é um problema que precisa urgentemente ser enfrentado pela sociedade, em vez de ignorado.
Em uma entrevista para o New York Times, ele afirmou que “não podemos varrer esse assunto para debaixo do tapete só porque é desconfortável falar sobre ele.” Jim apontou a facilidade de acesso à internet como grande responsável por esse aumento de adolescentes vendo conteúdo adulto.
A internet como porta
“A pornografia é uma grande parte da vida das crianças que têm acesso digital como nunca antes, e precisamos ter uma conversa nacional sobre isso”, argumentou Jim Steyer.
Atualmente, muitas crianças têm acesso a um celular, contendo ali a internet usada para acessar conteúdo adulto. Acreditando que os filhos não terão acesso à pornografia através de sites, alguns pais relaxam e não percebem que muitas vezes esse tipo de material é transmitido por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
Isso pode explicar o motivo pelo qual, ainda de acordo com o estudo, 58% dos adolescentes entrevistados disseram ter visto pornografia de forma não intencional, pela internet, enquanto 44% deles buscaram o conteúdo, informou o FaithWire.
No estado da Louisiana, nos Estados Unidos, a pornografia já é considerada um problema de saúde pública, visto que pode provocar distúrbios de ordem comportamental e psicológica, sendo considerada, também, uma forma de abuso quando exposta para menores.
Uma lei aprovada recentemente no estado diz que o conteúdo adulto “contribui para a hipersexualização de adolescentes e crianças pré-adolescentes e pode levar a baixa auto-estima, distúrbios da imagem corporal, aumento da atividade sexual problemática em idades mais jovens e aumento do desejo entre os adolescentes de se envolver em comportamento sexual de risco”.