A diretoria que geriu a rede Americanas até o final do ano passado sabia e participou das fraudes contábeis que levaram o grupo a pedir recuperação judicial em janeiro deste ano. A conclusão foi divulgada nesta terça-feira (13), em fato relevante sobre a investigação interna sobre a omissão nos balanços de cerca de R$ 20 bilhões.
De acordo com o comunicado, o relatório da apuração indica que documentos que basearam a investigação “demonstram os esforços da diretoria anterior das Americanas para ocultar do Conselho de Administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da companhia”. A apuração identificou contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), “que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores”.
Os lançamentos atingiram, em um primeiro levantamento, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. Houve, conforme o fato relevante, a indevida contabilização de R$ 18,4 bilhões em risco sacado (financiamento para pagar fornecedores) e R$ 2,2 bilhões de capital de giro, que “não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”.
Também foram identificados “lançamentos redutores da conta de fornecedores oriundos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da companhia ao longo do tempo, totalizando, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 3,6 bilhões em 30 de setembro de 2022”, completa a empresa, no comunicado.
Em março, os acionistas principais da Americanas – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles – apresentaram na Justiça do Rio de Janeiro o plano de recuperação judicial. Os credores, sobretudo bancos, ainda não avalizaram a proposta. Com informações da CNN Brasil