Candidata à presidência da OAB-BA pela chapa “Muda OAB”, Ana Patrícia Dantas Leão destaca entre suas bandeiras o combate à violência política contra a mulher. Nesse sentido, relembra as agressões e ameaças que sofreu do conselheiro federal Luiz Coutinho, um dos principais aliados da atual presidente, Daniela Borges, que busca a reeleição, tendo ele em posição de liderança em sua chapa. Em entrevista para a imprensa, Ana destacou que sua gestão estará verdadeiramente focada na defesa de melhor remuneração e condições de trabalho para a advocacia baiana e na dignidade das mulheres.
“No último pleito, fui extremamente agredida pelo atual conselheiro federal Luiz Coutinho, que me chamou de nomes impronunciáveis, registrados em inquérito policial. Minha casa foi alvo de intimidação, com um carro de som na frente do prédio, onde fui insultada com palavras horríveis. Esse conselheiro federal, Luiz Coutinho, chegou a estar na porta do meu comitê, me xingando e arremessando um rolo de fumo, insinuando o que eu deveria fazer com aquilo. Além disso, foi enviada uma caixa com conteúdo abominável para minha filha que na época tinha apenas 13 anos. Mas não foi só. O advogado e sócio de Daniela Borges, Frederico Guerra, publicou uma foto do comitê de Ana Patrícia, com uma faca cravada e a mensagem: “Ela ainda está viva”.
Quanto a todos esses atos de violência, Daniela Borges, à época Presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada e recém eleita a primeira mulher a presidir a OAB da Bahia, manteve-se calada.
Agora, no atual processo eleitoral, o conselheiro federal Luiz Coutinho está em busca da reeleição na chapa da atual presidente da OAB. Esta eleição da OAB da Bahia não é apenas uma escolha de liderança, mas também um teste de coerência em nosso discurso de combate à violência contra a mulher”, lembrou Ana Patrícia.
Nas últimas eleições da Ordem no estado da Bahia, o comitê de Ana Patrícia também foi vandalizado, tendo as fotos da advogada marcadas com tinta vermelha como uma forma de intimidação e ameaça. Para a advogada, a tentativa de reeleição de Daniela e de seu aliado envolvido nesses episódios graves de agressão contra uma outra advogada, representa um retrocesso na luta pelos direitos de todas as advogadas e de todas as mulheres. “Eu gostaria de deixar uma mensagem para as mulheres. Eleger uma chapa que tem como uma das principais representações da advocacia um homem que agride mulheres e uma presidente que é tolerante com a violência é desprezar anos de luta pela conquista dos direitos femininos na Bahia. A Bahia é um estado de crescimento, progresso e lutas, mas não podemos apenas resistir. Quero dizer às advogadas: não vamos tolerar violência. Vamos votar pela mudança no dia 19 de novembro, escolhendo o 52, uma chapa formada por advogadas e advogados comprometidos com a defesa da advocacia.”
Providências têm sido tomadas para garantir a segurança de Ana Patrícia durante o período eleitoral.