De acordo com profissionais de saúde, os remédios existentes na rede pública, seja por meio de postos de saúde ou farmácias populares, são suficientes para tratar 90% dos casos de asma no Brasil. Mesmo assim, segundo o membro da Comissão de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) José Eduardo Delfini Cançado, apenas 12% das pessoas asmáticas no País estão com a doença controlada, sem os sintomas. Para os especialistas, as razões para que 88% dos pacientes não estejam fazendo o tratamento correto se dá por falta de informação e conscientização sobre o tema. Cançado explica que é preciso redesenhar a forma como se enxerga a doença no Brasil. “Não adianta distribuir o remédio se o paciente o utiliza da maneira errada”, explica. Isso se dá, segundo a Coordenadora da Comissão de Políticas de Saúde da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Norma Rubini, por falta de capacitação dos profissionais de saúde. A lógica defendida pelos especialistas é que médicos, enfermeiros e assistentes sociais capacitados poderiam não só fazer o diagnóstico correto na origem, na medicina básica, como também se incumbir do acompanhamento da maior parte dos doentes que chegam aos postos e hospitais. Além da pouca capacitação profissional existe também a falta de informação à sociedade. Apesar de a asma exigir tratamento a vida toda, muitos pacientes o interrompem quando a saúde deles melhora. “Sentimos falta da educação sobre o assunto. É uma doença com grande impacto social e econômico no Brasil, mas muito pouco discutida”, diz Cançado. Para Norma, é urgente definir estratégias para levar a informação a todo o País. E, de preferência, que sejam políticas de Estado, não de governo. Ou seja, que durem mais que apenas um mandato do Executivo. (Trbn)