Após 95 dias sem reajuste, gás de cozinha sofre novo aumento e pode chegar a custar R$ 135

Empresa é responsável pela distribuição do GLP (Pedro Ventura/Agência Brasília/Divulgação)
Empresa é responsável pela distribuição do GLP (Pedro Ventura/Agência Brasília/Divulgação)

Depois de 95 dias sem fazer nenhum reajuste, a Petrobras voltou a anunciar aumento de preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – gás de cozinha – em 7,2%. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou, no último sábado (9), que o botijão de 13 quilos chega a custar R$ 135 em algumas cidades brasileiras e a média geral do preço passou de R$ 98,47 para R$ 98,67, num aumento de 90% desde março. Em Salvador e Região Metropolitana, o preço do gás de cozinha com esse novo reajuste – sétimo feito pela Petrobras no ano – pode variar de R$ 98 a R$ 120.

“Esse foi o sétimo aumento feito pela Petrobras. Mas no total, esse foi o décimo aumento para os consumidores, pois o governo da Bahia fez um esse ano e as distribuidoras fizeram outros dois. O impacto em reais com esse novo reajuste vai ser de R$ 5 a R$ 7 no valor que já vinha sendo praticado. É importante entender que o revendedor pratica dois preços: o da portaria e o do delivery. O primeiro é o mais em conta, pois a pessoa vai retirar no local. O segundo é um pouco mais caro, podendo chegar a R$ 120”, avaliou o diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), Robério Souza.

Um levantamento da Tribuna da Bahia junto a moradores e revendedores de bairros da cidade mostra que há estabelecimentos cobrando de R$ 98 a R$ 120 neste início de outubro. Segundo o Sinrevgas, historicamente os preços mais altos são na região da Ribeira, Monte Serrat, Barra, Graça e Corredor da Vitória. Os preços menores são encontrados nas regiões periféricas da cidade. “Infelizmente para o ano de 2021, temos uma tendência de novos aumentos que serão repassados para o consumidor final, impactando diretamente na perda de seu poder de compra, porque com o aumento dos derivados de petróleo, outros produtos sofrerão reajustes, típico de um efeito dominó”, previu o economista Edval Landulfo.

Consequência

Com o gás de cozinha sofrendo reajuste constante e a crise corroendo o orçamento das famílias mais pobres, a lenha ganhou espaço nos lares brasileiros durante a pandemia. Em 2020, o consumo de restos de madeira em residências aumentou 1,8% frente a 2019, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo ainda a pesquisa, as famílias estão guardando botijões de gás para usar apenas em emergências, e outras até venderam o fogão para fazer dinheiro na crise. “A gente como sindicato já procuramos a Petrobras para que a estatal possa rever essa política de preços. É muito perigoso as pessoas optarem por cozinhar com lenha”, finalizou Robério Souza. (TRBN)

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