Após ter sido algemada em audiência, advogada dá palestras pelo Brasil

Foto: Reprodução / Uol

A advogada Valéria Lucia dos Santos, de 48 anos, que foi algemada por policiais durante uma audiência há um mês, no Rio de Janeiro, afirmou à Universa que o episódio “rendeu bons frutos”. Em entrevista ao site, a advogada, que vai abrir o primeiro escritório para “atuar pela minoria”, em Duque de Caxias, na próxima semana contou que, após o episódio, o número de clientes triplicaram, além de estar dando palestras pelo Brasil. Ela viajou recentemente para Piauí, Mato Grosso e Amazonas para palestrar sobre prerrogativas, que são os direitos específicos dos advogados. “A exposição de uma coisa ruim virou algo positivo. Triplicou o número de casos que chegam a mim, inclusive, os de racismo. Já tenho o de três meninas reprovadas numa entrevista de emprego para estoquista de loja porque não tinham segundo os empregadores, características para o cargo”, relatou. Valéria ainda revela que, no futuro, pretende se especializar na área criminal, além de seguir atuando na cível e trabalhista. Advogando há dois anos, Valéria também já trabalhou como enfermeira e antes do ocorrido, atuava de casa e prestava serviços para um escritório duas vezes por semana, elaborando petições, recursos e participando de audiências, como a que foi algemada. Ela ainda destacou que a minoria que pretende defender é caracterizada por negros e pessoas de classe social baixa. No entanto, nada sairá de graça. “A gente não vive de caridade. O bom, é que agora aceitam meu preço. Antes, cobrava R$ 3 mil por uma causa de família, por exemplo, e a pessoa não queria pagar, sendo que na tabela o valor é de R$ 7 mil. Agora, ninguém reclama”. De acordo com o site Universa, uma comissão judiciária dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) isentou a juíza leiga que fez o pedido de contenção aos policiais. Em contrapartida, a Comissão de Prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) está recorrendo da decisão no Conselho Nacional de Justiça. “Pedimos indenização pelo ato vexatório que passei”, explica a advogada.(Bahia Notícias)

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