Uma bailarina de 16 anos, moradora da Santa Cruz, bairro popular de Salvador, foi selecionada para participar de um concurso na Alemanha. A família, entretanto, não tem como custear as despesas com passagem e hospedagem, que somam R$ 15 mil.
“A dança, para mim, é minha forma de expressão, minha forma de sentir. Um jeito que eu tenho de conectar mais profundo comigo mesma”, fala a estudante Ed de Jesus.
Para tentar realizar o sonho da filha, Rosângela de Jesus criou uma vaquinha online e, além disso, as duas estão vendendo picolé nas ruas e fazendo rifas.
Ela contou que a filha nem queria ir para a audição que culminou com a seleção dela para o concurso, porque ele foi realizado em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, e a filha não queria que ela gastasse esse dinheiro.
“A Ebateca viu o talento dela e indicou para a audição que ela não quis fazer, para eu não gastar, e eu estou correndo atrás. Eu não tenho condições, mas estou vendendo picolé, fazendo rifa, fiz vaquinha online. É o sonho de minha filha, e eu sempre lutei para que meus filhos tivessem uma vida diferente. Aceitei o desafio e estou fazendo de tudo para minha filha ir para esse concurso na Alemanha”, afirmou Rosângela.
A adolescente faz balé desde os seis anos, e tem uma bolsa parcial na escola de dança em que estuda desde 2015. Por lá, ela é conhecida pelo talento e dedicação ao balé.
“Este concurso que nós estamos indo já é um concurso de resultados técnicos e artísticos avançados. Então, ela tem o talento corporal, o talento artístico. Mas o que é mais importante em tudo isso é a vontade, o propósito e a mobilização da pessoa, de Ed, da família de Ed, das pessoas que estão em torno dela”, fala Karyne Lacerda, diretora da escola de dança.
Ed e a mãe precisam correr, porque o embarque para a Alemanha será em 11 de fevereiro. Rosângela conta que toda mãe se realiza ao ver a felicidade dos filhos, e que ela não está medindo esforços para ver a filha brilhar nos palcos mundo afora.
“A gente abre mão dos nossos sonhos para realizar o sonho deles, e no fundo a gente termina se realizando. Eu não penso que eles me tragam, mas que eles sejam felizes, e que eu fiz minha parte para que eles sejam felizes”, conclui. (G1/Ba)