Argentina: Milei assume comando do país com a economia em frangalhos

Além dos evidentes problemas econômicos, o presidente argentino, Javier Milei, herdará um governo com forte oposição no Congresso

Depois de uma corrida eleitoral acirrada, o presidente eleito Javier Milei toma posse neste domingo (10/12), em Buenos Aires, Argentina. De cara, o político ultraliberal enfrenta a missão de recuperar a economia do país, que está em frangalhos, com inflação que chega a 142,7% ao ano.

A fim de entender as dimensões da “árdua” tarefa de Milei, o Metrópoles consultou especialistas e listou os principais problemas que não foram resolvidos ou surgiram durante a gestão de Alberto Fernández (2019-2023), que terminou seu mandato com 68,3% de desaprovação, conforme pesquisa do Atlas Intel.

Além dos evidentes problemas econômicos (inflação, dívida externa, queda nas exportações e paralisia no Mercosul), o novo presidente argentino herdará um governo com forte oposição. Nesse cenário, ele passa a ter dificuldades em aprovar as propostas mais ousadas de campanha: privatizações, dolarização e implementação de sistema de vouchers.

Economia
Em mais um capítulo preocupante na abalada economia argentina, o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 4,9% no segundo trimestre de 2023. A agricultura foi o setor que apresentou maior baixa (-40,2%), seguido da pesca (-30,5%). Já o setor hoteleiro e de restaurantes cresceu 6,4%. Logo atrás, a exploração de minas e pedreiras aumentou 6,3%.

Outro desafio da gestão de Milei é quitar a dívida bilionária do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Herdado do governo de Mauricio Macri (2015-2019), o crédito aprovado pelo FMI chega a US$ 44 bilhões — totalizando quase R$ 216 bilhões.

Devido à renegociação firmada por Fernández com o órgão internacional, a Argentina precisará se comprometer a quitar os dividendos nos próximos 10 anos. Aprovada no Congresso, a medida prevê um esquema de pagamentos até 2034.

De acordo com o analista político Lucas Fernandes, da BMJ Consultores, um dos maiores desafios da gestão do ultraliberal será “colocar a Argentina em uma trajetória mais próxima da economia de mercado e, ao mesmo tempo, fazer com que a população entenda isso”. (Metro1)

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