Bahia e Vitória tentam embalar no primeiro clássico do ano

Foto: Felipe Oliveira

Com aspirantes no Campeonato Baiano, janeiro passou e a dupla Ba-Vi parece ainda estar em ritmo de férias. Os torcedores só conseguiram ver os elencos principais em ação cinco vezes até agora. Três partidas do Bahia e duas do Vitória. E o grito de gol só aconteceu em um jogo de cada time. Em meio a esse cenário, nada melhor que um clássico para ‘acordar’ tricolores e rubro-negros neste começo de ano.

A partida deste sábado, 8, às 18h, na Arena Fonte Nova, é válida pela terceira rodada da Copa do Nordeste. Os três pontos em disputa podem até não ser decisivos para uma classificação ao final da primeira fase, que se estende por mais cinco rodadas, mas devem servir para esquentar o começo de temporada das equipes.

Entrar em campo distante do ritmo competitivo minimamente necessário custou caro ao Bahia. O time de Roger Machado foi surpreendido pelo River do Piauí e terminou eliminado ainda na primeira fase da Copa do Brasil. Prejuízo técnico e financeiro para o Esquadrão.

Antes do clássico, o presidente Guilherme Bellintani usou as redes sociais para comentar a eliminação. O cartola projetou uma “resposta” dentro de campo, já no Ba-Vi deste sábado. “A resposta será dada com ação, indignação e ambição. (…) Mobilização total para o Ba-Vi”, publicou.

Do outro lado do clássico, o Vitória tenta aproveitar esse momento de instabilidade do rival para levar a melhor. “O Bahia vai entrar um pouco mais pressionado pelo resultado inesperado. Essa equipe pode entrar altamente motivada ou, de repente, se tiver dificuldade no jogo, ela pode sentir essa pressão. Se o Vitória conseguir se impor, pode tirar proveito desse momento psicológico do Bahia”, disse Geninho, na coletiva de sexta-feira, 7.

O Leão chega com mais moral, mas ainda em busca do primeiro triunfo em 2020. O renovado time rubro-negro empatou as duas partidas que fez até aqui na temporada.

Também pesa contra o time de Geninho o tabu de 12 jogos sem vencer o rival. A última vez que o Leão ganhou um Ba-Vi foi no começo de 2017, no jogo de ida da semifinal da Copa do Nordeste. Antes da partida decisiva, o treinador tentou minimizar a sequência negativa.

“Não é um tabu muito grande. É um tabuzinho só. No clássico, não existe favoritismo”, avaliou Geninho.

Os torcedores dos dois lados também esperam que o Ba-Vi funcione como ‘despertador’ para os reforços. Daniel e Clayson, titulares no Bahia, não mostraram o potencial esperado nos primeiros jogos. Situação semelhante à de Júnior Viçosa e Alisson Farias no ataque do Vitória.

Mistério

No que diz respeito à escalação, os dois treinadores tentaram fazer mistério antes do primeiro clássico do ano. Treino fechado tanto no Barradão quanto na Cidade Tricolor. Nas coletivas, respostas vazias para despistar a imprensa.

“Pode ser que a gente tenha mudanças. Posso mexer em uma ou outra peça. Como é clássico, a gente procura não divulgar o time antes”, comentou Geninho, horas antes de ser citado por Roger Machado: “Vou me reservar ao meu direito, assim como meu amigo Geninho, de poder guardar alguma surpresa para o jogo. Isso faz parte do elemento do clássico. Esconder a estratégia, uma possível mudança”.

O jogo de cena dos treinadores, no entanto, não tem tanta função, já que as escalações são previsíveis dos dois lados. Roger não deve fazer mudanças no Bahia porque teve apenas o treino de sexta para trabalhar com o time. Além disso, o técnico deixou claro que, apesar da eliminação, gostou do desempenho do time no Piauí.

Já no Vitória, é quase certo que Léo Ceará retorna. Assim como na estreia da temporada, o atacante deve atuar pelo lado direito do ataque. Contra o Sport, quando Léo não foi relacionado, essa vaga foi ocupada por Vico.

Uma outra mudança possível no Rubro-Negro é a entrada de Jean no meio-campo. O volante pode substituir Gérson Magrão, que não agradou ao torcedor nas primeiras rodadas da Copa do Nordeste.

Assim como a maioria dos clássicos desde 2017, o Ba-Vi deste sábado vai acontecer com torcida de apenas uma equipe, por recomendação do Ministério Público da Bahia.

“O MPBA recomendou que, durante os jogos do Ba-Vi, permitam o acesso ao estádio apenas de torcedores do clube mandante da partida, restringindo a entrada dos torcedores visitantes”, diz trecho da nota divulgada durante a semana.

Como o mando de campo do clássico é Tricolor, apenas torcedores do Esquadrão serão vistos nas cadeiras da Arena. E é justamente o Esquadrão quem tem levado a melhor nesses clássicos sem apoio para o visitante.

O Bahia nunca foi derrotado com torcida única a seu favor. Em sete jogos assim, foram três empates e quatro triunfos tricolores. Neste sábado, na oitava partida com esse cenário, o Rubro-Negro tem mais uma chance para calar todo o estádio pela primeira vez.

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