A Bahia tem enfrentado problema de desabastecimento da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que recebe a imunização do Ministério da Saúde e repassa para as gestões municipais, reconhece um problema no recebimento de lotes do imunizante e atribui a responsabilidade ao governo federal.
“A Sesab esclarece que realmente há um desabastecimento da vacina pentavalente. Os envios são feitos pelo Ministério da Saúde”, esclareceu a pasta em nota enviada ao Bahia Notícias.
Em 11 de julho o laboratório “Biologicals E. Limited”, responsável pela produção e importação das vacinas utilizadas no Brasil, de origem indiana, teve três lotes do imunizante interditados a partir de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o documento, a interdição se deu “considerando os resultados insatisfatórios no ensaio de aspecto conforme evidenciado nos laudos de análise”, feitos pela Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Na publicação a medida ainda foi classificada como “de interesse sanitário” .
Dias depois, após resultados de inspeções considerados insatisfatórios a Anvisa determinou, “como medida de interesse sanitário”, a suspensão da importação, distribuição e uso da vacina pentavalente produzida pelo laboratório indiano.
Em Salvador, a falta da vacina pentavalente fez com que a produtora cultural Karolina Duarte, de 31 anos, passasse por cinco postos de saúde da capital baiana até conseguir imunizar o seu bebê de dois meses no posto de Amaralina. “Estive em vários postos, na Mata Escura, Tancredo Neves, Saboeiro, na frente do Fórum Rui Barbosa, na Engomadeira e não tem e eles informam que não tem previsão de chegada”, relatou Karolina que teme pelas próximas doses.
Ao BN, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alegou a existência de um desabastecimento nacional das vacinas pentavalente. Salvador recebeu do Ministério da Saúde o último repasse no mês de julho, segundo a pasta.
A secretaria ainda destacou que apesar do baixo estoque, a capital ainda conta com o imunizante em alguns postos dos distritos Barra/Rio Vermelho, Subúrbio Ferroviário e Liberdade. “Há previsão de abastecimento do estoque do Ministério para novembro, que será posteriormente dispensado para todo o país. O secretário Leo Prates fez contato direto com o governo federal destacando a necessidade de recomposição das doses para o município de Salvador, evitando assim o desabastecimento total das vacinas”, afirmou em nota a SMS.
(Bahia Notícias)