No ano passado, a Bahia liderou a produção de energia limpa no Brasil, respondendo por mais de 30% do total da produção por fonte eólica(ventos) e solar. Na verdade, a geração de energia por meio dos ventos alcançou 31,8% e a fotovoltaica (solar) respondeu por 33,7% dessa produção. A geração dessa energia renovável reduziu o risco de crise no setor energético no País, afastando para bem longe o risco de apagões como os que ocorreram em 2011 e 2018.
A longo e médio prazo, as fontes renováveis de energia podem impactar numa redução significativa nos valores da conta de luz da população em geral.
De acordo com a diretora de interiorização de desenvolvimento e fomento de energias renováveis, da Secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE), Laís Maciel, a fonte eólica no Estado cresceu mais de 50% e a fotovoltaica mais de 70% em relação a 2018. “Os parques que estão em operação já investiram mais de R$ 20 bilhões e criaram mais de 32,2 mil empregos”, explica.
A boa notícia não vem só e tão pouco se resume às microrregiões de áreas como o oeste e sudoeste baiano, os investimentos também crescem no nordeste baiano, em cidades como Tucano e os municípios vizinhos, e na região do São Francisco, como em Sento Sé. Vale salientar que, hoje, o Estado possui 43 parques em construção e 40 parques com construção a iniciar, com previsão de investimento de R$ 8,5 bilhões e geração de 33,9 mil empregos diretos e indiretos. Até 2025, a previsão é que a Bahia alcance 6,3 GW de potência instalada.
Para se ter uma ideia do que isso significa, basta destacar que, de janeiro a novembro de 2019, foram gerados 15.152 Gigawatts (GW) hora/ano. Essa energia daria para abastecer 126 milhões de residências por ano, beneficiando 378 milhões de habitantes, o que equivaleria a 27 vezes a população baiana, que atualmente corresponde a 14,8 milhões de habitantes, segundo estimativa do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado.
Bons ventos
Hoje, a Bahia tem 165 parques eólicos em operação, com capacidade instalada de 4GW e mais de 1.340 aerogeradores. Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) Elbia Gannoum, a energia movida pelos ventos tem se desenvolvido no Brasil de forma muito consistente e a Bahia é um dos estados protagonistas neste crescimento. “Os ventos excepcionais do Brasil e, principalmente, do Nordeste brasileiro levaram a energia eólica para ser hoje a segunda da matriz elétrica. Hoje temos 15,4 GW de capacidade instalada e, considerando apenas os leilões já realizados, teremos pelo menos 21,4 GW em 2023”, completa, ressaltando que a perspectiva é que os novos leilões e contratos fechados no mercado livre ampliem ainda mais o número.
“A tendência é que a eólica cresça cada vez mais, sendo uma das principais fontes de crescimento da matriz para os próximos anos. Os bons ventos brasileiros ainda trarão muitas notícias boas para a Bahia e para o Nordeste”, completa a representante da ABEEólica.
Os parques eólicos implantados já beneficiaram 20 municípios: Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Dom Basílio, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Pindaí, Sento Sé, Sobradinho, Umburanas, Várzea Nova e Xique-Xique, onde foram investidos R$ 16,3 bilhões e gerados mais de 22 mil empregos diretos na fase de construção.
Mais que contribuir com a diversificação da matriz energética, retirando das hidrelétricas e das usinas de combustível fóssil, o setor alavancou o desenvolvimento econômico e social no interior, especialmente no semiárido, onde a maioria dos parques estão implantados. Além da oferta de empregos diretos e indiretos, a economia é incrementada por meio do arrendamento de terras, os projetos sociais e o aumento na arrecadação das cidades que abrigam essas estruturas. (Correios da Bahia)