A Bahia tem 81,1% de trabalhadores do setor agrícola vivendo na informalidade, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) coletados pelo BNews. Se combinados com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), o estado aparece com dois terços de trabalhadores negros no setor, conforme números obtidos pelo BNews.
Outro ponto que preocupa é que, mesmo os que têm a carteira assinada, recebem salário abaixo do considerado digno pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os trabalhadores do melão, manga e uva na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte recebem, na média, um salário que é apenas 56% abaixo do permitido.
Apenas para ficar mais fácil de visualizar, um trabalhador do setor agrícola da Bahia que permanece durante 3 meses com uma remuneração média de R$ 1.187,00, receberá, ao fim do contrato, R$ 3.561,00. Se for a única ocupação no ano, sua renda em 12 meses será de R$ 296,75 por mês (14% dos vínculos na Bahia estão nessa situação).
Já se a ocupação durar 6 meses, ao fim do contrato o trabalhador terá recebido R$ 7.122,00 e se não tiver outra ocupação no ano, terá uma renda mensal de R$ 593,50, excluindo possíveis descontos ou benefícios. A remuneração, segundo o Dieese, coloca os trabalhadores agrícolas do estado no nível mais baixo da distribuição de renda do Brasil e, se o contrato for de seis meses, ele ocuparia, potencialmente, no segundo nível mais baixo.
Produção
Somente os estados de Pernambuco e da Bahia são responsáveis por 62% das mangas produzidas no país e por 35% da produção de uvas. A Bahia, por sua vez, ocupa a segunda posição no ranking nacional de produção de banana, atrás apenas de São Paulo.
No entanto, no ranking de cidades, Bom Jesus da Lapa, no oeste baiano, foi o município onde mais se produziu banana. Foram 180 mil toneladas da fruta, em 8,5 mil hectares, representando 21% da produção no estado da Bahia e 3% da produção nacional.
A Bahia também concentra 40% produção de manga do país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 438,6 mil toneladas produzidas em 24 mil hectares. Pernambuco vem em seguida, com 20% da produção nacional, 240 mil toneladas, em 10,8 mil hectares.
(Bocão News)