Um grupo de baianos que mora no distrito de Corumbau, em Prado, no extremo sul da Bahia, reuniu mantimentos, colchões, roupas e outros donativos para levar aos moradores de Itamaraju e Jucuruçu, na mesma região. Centenas de famílias perderam pertences por causa das chuvas que atingem várias cidades desde a semana passada.
Um homem identificado como Jacó, mobilizou os patrões, vizinhos e familiares, e juntou dezenas de cestas básicas, roupas de cama e colchões, além de kits de produtos de limpeza, para serem entregues às famílias afetadas pela enchente.
A caminho das cidades, ele ainda precisou alugar um caminhão, porque a caminhonete que ele transportava os materiais quebrou na estrada.
“O carro entrou muita água, parou de funcionar. Aí eu aluguei um caminhão, e vamos fazer essas doações em Itamaraju, Nova Alegria,Jucuruçu, que são pessoas que estão necessitando mais do que a gente, neste momento”, avaliou.
As doações de Jacó vão ajudar várias pessoas, como Evandro Souza dos Santos, que perdeu a casa, móveis e roupas com a chuva. Ele lembrou como tudo começou, na última quarta-feira (8), em Nova Alegria, distrito de Itamaraju.
“Foi um fenômeno da natureza essa chuva muito forte que atingiu a nossa região, e acabou destruindo a nossa comunidade, algumas casas, fazendas. A enchente chegou aqui depois do meio dia, chegou muito rápido e foi só destruição. Nós já tínhamos sido avisados pelo pessoal da outra cidade, que essa enchente poderia fazer um estrago aqui, então nós começamos a nos prevenir, mas foi muito rápido, não deu tempo de tirar as coisas todas”, recordou.
Além da casa de Evandro ter desabado, a escola municipal onde ele trabalhava também foi ao chão, com a força do temporal. “Onde eu trabalho, que é uma escola de onde eu tiro meu sustento, caiu tudo. Estamos aí desse jeito, mais 90% da comunidade são pessoas carentes. Vamos depender da ajuda dos governantes para que possamos restaurar de novo, tudo o que foi destruído”.
Quem também dependerá de donativos é Manoel Ribeiro, que conseguiu resgatar apenas documentos. Ele lembra os momentos de aflição que passou, mas diz que teve “sorte com a vida”, por não ter sofrido nenhum ferimento e nem ter perdido parentes.
“Quando a água chegou, a gente já saiu carregando as coisas que pôde, poucas coisinhas, documentos. Deixamos tudo para trás. A água passou por cima, inundou tudo. Só não perdi a casa, porque a casa é alugada, mas os móveis foram todos. Roupas, sapatos, tudo ficou para trás. Até o chapéu. Eu tinha um chapéu caro e foi embora tudo”.
(Fonte: G1)