Barreiras: Polícia investiga constrangimento após criança ser obrigada a beijar boca de colega em escola municipal

A Polícia Civil investiga um caso de constrangimento após uma criança contar para a mãe que foi obrigada a beijar a boca de um colega na Escola Municipal Mirandolina Ribeiro Macedo, na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia.

A mãe da menina contou para a polícia que os alunos foram submetidos a uma espécie de jogo com um dado, que determinava as atitudes que as crianças deveriam tomar em sala de aula a partir do que objeto o determinasse.

“A cuidadora fez uma brincadeira com uma roda com crianças em volta da mesa da professora. E, nessa roda, tinha um dado. E, nesse dado, tinha frases que o que ela jogasse, elas teriam que fazer”, contou a mulher que preferiu não revelar a identidade.

“E, nesse dado, caiu que minha filha teria que morder um coleguinha. Ela acabou indo lá e mordeu os lábios do coleguinha”.

“A próxima foi que ela deixasse a boca do coleguinha. Ela foi lá, acabou beijando o coleguinha e acabou também mordendo o pé do coleguinha”, continuou a denúncia.
Na sala onde o episódio aconteceu estava, segundo a denunciante, além dos alunos, uma professora e uma cuidadora, que fica responsável por crianças portadoras de necessidades especiais.


“A questão é que ela tem um irmãozinho, né? Por afetividade. Chegou a cheirar o pescoço dela. Isso que deixou, mais ainda, a gente indignado… Porque a gente, né? Ensina um cuidar do outro. Então a gente ficou sem saber… No momento, a gente ficou sem reação”, desabafou a mãe da menina.

A família decidiu que vai pedir a transferência da filha para outra escola.

“Ela não vai mais estudar nessa escola. A gente vai tirar, transferir ela para outra escola”, contou a mulher.

Assim que a mãe soube do que tinha acontecido dentro da escola, com relatos da própria filha, ela tomou duas atitudes. O primeiro foi ir até a escola e conversar com a diretora. Depois, foi no Complexo Policial de Barreiras, onde registrou um Boletim de Ocorrência (BO).


O inquérito foi instaurado e as pessoas envolvidas na situação serão ouvidas pelo delegado Francisco Carlos de Sá. Ele conta que vai ser se basear no art. 32 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que determina punições quando crianças são submetidas a constrangimento em público, com um agravante das carícias consideradas como inadequadas.

“Eu tenho relatos de que essa criança foi obrigada a beijar um outro aluno, obrigada a beijar e também a morder os pés, então olha que constrangimento? Que vexame? Então isso será rigorosamente apurado”, disse o delegado.

Em nota, a Secretaria de Educação do Município informou que assim que tomou conhecimento da situação demitiu a cuidadora. A professora vai passar por um processo administrativo.

A secretaria também informou que vai cooperar com a polícia para que o caso seja esclarecido e que as medidas cabíveis sejam tomadas. (G1)

Veja mais notícias no vozdabahia.com.br e siga o site no Google Notícias

google news