Um bebê recém-nascido morreu após ser diagnosticado com infecção no ouvido, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Os pais da criança, que tinha 23 dias de vida, procuraram a polícia para denunciar o hospital por negligência.
A família conta que deu entrada no Hospital da Mulher da cidade no dia 25 de junho, quando a David Lucas da Paixão Ferreira teve um quadro de febre alta. O pequeno ficou internado, mas passou mal na noite do dia 2 de julho.
David Lucas chegou a ser levado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu e morreu no dia 3.
Os pais do bebê, Norbertino Ferreira e Rosália da Paixão dizem que durante a noite do dia 2, pediram a presença de um médico várias vezes, porque a criança não parava de chorar.
O casal alega que o médico só apareceu no dia seguinte, quando o quadro da criança já havia se agravado.
“Se o médico tivesse feito o trabalho dele logo quando ele passou, não tinha acontecido o que aconteceu. Eu não tinha perdido meu filho, porque ele poderia ter dado um suporte, um socorro. Ter feito uns exames”, disse Rosália.
No atestado de óbito, a morte do bebê foi apontada como por asfixia mecânica, bronco aspiração de conteúdo gástrico e distinção de alças intestinais e estômago, o que significa dizer que ele se asfixiou após aspirar o próprio vômito e que houve separação das alças do intestino e estômago.
Norbertino e Rosália acreditam que, se o filho tivesse recebido um atendimento mais preciso antes, a morte da criança poderia ter sido evitada.
“A gente brigou tanto, sem precisão, aí a criança vem e depois de uma hora, duas horas, o mesmo médico vem e dá a notícia a gente de que a criança não resistiu. Por que não cuidou logo cedo? Se fosse um filho dele, será que ele iria deixar sofrer tanto assim?”, questionou Norbertino.
A família procurou a delegacia da cidade para registrar queixa contra o hospital e diz que quer justiça.
A diretora-médica do hospital, Andréia Alencar disse que o caso também será investigado pela unidade de saúde.
“Eu tive acesso a todo o prontuário, a todas as anotações de enfermagem e inclusive já encaminhei esse prontuário para a comissão de óbito. Nós temos dentro da unidade uma comissão de óbito, que vai investigar a causa do óbito”, disse ela.