A Bolsa brasileira teve queda de 0,49% e fechou a 119.076 pontos nesta terça-feira (4), passando por ajustes após ter registrado alta na segunda (3).
Já o dólar abriu em queda e chegou a bater os R$ 4,78 na mínima do dia, mas passou a registrar alta ante o real e terminou o dia cotado a R$ 4,839, com valorização de 0,68%. O desempenho da moeda americana foi impactado principalmente pelo baixo volume financeiro global por conta do feriado de Independência dos Estados Unidos.
No Brasil, a tramitação da reforma tributária e do arcabouço fiscal no Congresso estão no radar do mercado.
Além disso, a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou nesta terça o nome do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. O nome ainda deve ser confirmado pelo plenário do Senado.
Durante a sabatina na CAE, o economista afirmou que só uma “taxa de juros neutra” de 4,5% ao ano não é “solução para crescer” e fez acenos ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Com a agenda econômica esvaziada e sem indicadores relevantes, o feriado nos EUA definiu os rumos dos mercados com a baixa liquidez e a falta de referencial das Bolsas americanas, que não funcionaram nesta terça.
“A ausência de uma referência externa mais consolidada e a agenda de indicadores mais fraca são desafios para a sustentação do movimento de alta recente dos ativos locais”, disse o estrategista José Cataldo, da Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes.
Com isso, o Ibovespa fechou em baixa puxada por leve queda da Vale (0,19%), afetada pelo declínio do minério de ferro no exterior, e da Hapvida (2,71%), que sofre correção após ter registrado alta nas últimas sessões. As duas ficaram entre as mais negociadas do pregão.
O setor de saúde foi impactado por uma decisão do STF que instituiu a necessidade de negociação prévia entre os envolvidos para a fixação do piso nacional da enfermagem aos trabalhadores do setor privado. A Rede D’Or, por exemplo, caiu 3,58% e registrou a maior perda do dia.
Na outra ponta, as ações da Petrobras tiveram leves ganhos de 0,13% e apoiaram o índice, assim como a PetroRio (2,13%) e a Braskem (4,87%), em dia de forte alta do petróleo no exterior.
A maior alta do dia foi do GPA, que subiu 10,37% após atualizar a expectativa para a conclusão da venda de sua participação no grupo Éxito para a metade do terceiro trimestre deste ano.
A MRV também teve forte alta de 6,69% após ter divulgado dados mostrando que sua divisão de incorporação teve o melhor trimestre de vendas líquidas da história. Além disso, a companhia anunciou que avalia a possibilidade de uma nova oferta de ações.
Nos mercados futuros, as curvas de juros tiveram leve alta, também passando por correção após terem atingido seus menores níveis do ano. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 saíram de 12,77% para 12,80%, enquanto os para 2025 subiram de 10,65% para 10,75%.
Apesar da alta desta terça, os juros futuros devem seguir tendência de baixa, aponta Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital,
“Viemos acompanhando uma forte queda da curva [de juros] completa, principalmente nos vértices médios e longos. Hoje, vemos correção e começamos a ver mais estabilidade na curva de juros. A queda da Selic já está mais próxima e inflação está chegando na banda superior da meta. Com isso, a gente consegue ter mais estabilidade e mercado está mais previsível”, diz Caumont.
No câmbio, o dia também foi marcado pela baixa liquidez. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, teve leve alta de 0,11%, com o mercado à espera de novas pistas sobre a provável trajetória de política monetária dos EUA, que virão ao longo desta semana.
Na Europa, os índices ficaram praticamente estáveis com negociações fracas nesta terça, com a falta de novos dados econômicos da região e a incerteza sobre a direção das taxas de juros globais mantendo os investidores cautelosos. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,07%, a 461,30 pontos. (BNews)