A partir do mês de setembro, é possível que mais de 2,3 mil pesquisadores baianos fiquem sem receber a bolsa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O órgão, afetado pelas restrições orçamentárias do governo federal, sofre com um deficit de R$ 330 milhões e havia informado que só teria verba para pagamento dos bolsistas em todo o Brasil até agosto.
As bolsas em risco são para diferentes modalidades: da Iniciação Científica Júnior, para estudantes do ensino médio, no valor de R$ 100, às pesquisas de mestrado e doutorado, que pagam R$1,5 mil e R$ 2,2 mil, respectivamente. No estado da Bahia, a maior parte dos pesquisadores é vinculada à Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Em junho, o Congresso Nacional autorizou um crédito extra de R$ 248,9 bilhões para o governo federal, sob condição de que o governo se comprometesse a liberar R$ 330 milhões para bolsas do CNPq. No entanto, até o momento o acordo não foi cumprido. “A discussão é sempre em torno disso. O que é prioridade ou o que não é, e isso está sempre a cargo do pessoal técnico da Economia. Temos falado com eles há algum tempo, falado também com (o ministro) Paulo Guedes e sempre existe essa questão: vou tirar daonde (sic)?”, relatou o ministro Marcos Pontes, titular do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em entrevista ao Fantástico.
O MCTIC informou que não houve contingenciamento e que repassou integralmente ao CNPq os recursos previstos na Lei Orçamentária para o ano de 2019. O CNPq ainda não se posicionou diante da situação.
(Metro1)