Bolsonaristas temem que prisão de Braga Netto desencadeie delação de militares de baixa patente

Conforme relatos de integrantes desse grupo, Braga Netto conseguiria resistir a um tempo mais longo de prisão

O presidente Jair Bolsonaro dá posse ao novo ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto

Bolsonaristas temem a possibilidade de o general Walter Braga Netto firmar um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de um golpe de estado no Brasil, segundo a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com a publicação, porém, há hipótese é considerada remota por integrantes do núcleo próximo de Jair Bolsonaro (PL). Há o temor, no entanto, de que a prisão dele impulsione outros militares, de mais baixa patente, a firmar um acordo de colaboração.

Conforme relatos de integrantes desse grupo, Braga Netto conseguiria resistir a um tempo mais longo de prisão —mas militares menos graduados poderiam enxergar a detenção prolongada do ex-comandante como uma ameaça: se até ele, que foi vice-presidente, que foi general quatro estrelas, não conseguiu escapar de uma longa temporada no cárcere, que dirá figuras de menor projeção.

O mesmo sentimento, analisam esses interlocutores de Bolsonaro, teria movido o tenente-coronel Mauro Cid a fazer delação. Entre a oportunidade de recompor a própria vida, preservando a sua família, e a lealdade ao ex-presidente, ele optou por assinar acordo com a PF.

Braga Netto foi preso no dia 14, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sob a suspeita de tentar obstruir as investigações sobre o golpe.

Um de seus atos teria sido justamente tentar descobrir o que Mauro Cid relatou e seu acordo de colaboração. Ele nega.

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