O presidente Jair Bolsonaro que proibir a chamada “ideologia de gênero” nas escolas de ensino fundamental do país. Nesta terça-feira (3/9), pelo Twitter, afirmou que vai solicitar ao Ministério da Educação (MEC) um projeto de lei que tenha como resultado tal proibição.
“O AGU se manifesta sobre quem compete legislar sobre IDEOLOGIA DE GÊNERO, sendo competência FEDERAL. Determinei ao @MEC_Comunicacao, visando princípio da proteção integral da CRIANÇA, previsto na Constituição, preparar PL que proíba ideologia de gênero no ensino fundamental”, escreveu o presidente.
Na mensagem, Bolsonaro se refere a uma manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Advogado Geral da União, que se posicionou contrário a uma lei municipal de Londrina (PR), que proíbe o debate das questões referentes a gênero nas escolas públicas do município. A lei foi questionada por entidades e deve ser analisada pela Suprema Corte.
O termo “ideologia de gênero” não é reconhecido por especialistas que estudam a questão de gênero. A expressão é utilizada por grupos, geralmente conservadores, justamente para criticar as teorias que propõem uma distinção entre os sexos não só pelo viés biológico.
“Do capeta”
O presidente já se manifestou em diversas ocasiões de forma crítica à “ideologia de gênero”. No último dia 10, por exemplo, ao participar do evento evangélico Marcha para Jesus — pela família e para o Brasil, em Brasília, Bolsonaro relacionou a expressão a algo demoníaco. Durante o discurso, que durou 14 minutos, Bolsonaro criticou a esquerda e a imprensa, e ainda declarou que a ideologia de gênero é do “capeta”. Ele relembrou do apoio dos evangélicos durante a campanha eleitoral.
“Além do milagre da minha vida, o milagre da nossa eleição. Tive apoio de grande parte dos evangélico no período inicial das eleições. Isso foi decisivo.
O que eu falava durante a campanha eu já falava anos antes. Desde 2010, quando apareceu nos governo que nos antecedeu as questões de multifamílias”, disse na ocasião. “Se querem que eu acolha isso, apresente uma Emenda Constitucional e modifique o artigo nº 226, que diz que família é homem e mulher. E mesmo mudando isso, como não dá para emendar a bíblia, eu vou continuar acreditando na família tradicional”, acrescentou, aplaudido. (Correio Braziliense)