Em entrevista ao jornal italiano II Manifesto, publicada nesta terça-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu inúmeras críticas ao governo de Jair Messias Bolsonaro (PL). Durante a conversa, o petista afirmou que o conservador não teria sido eleito “não fossem as circunstâncias excepcionais criadas pelo golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT)”.
“Em um contexto de normalidade democrática, Bolsonaro não teria vencido as eleições. Todas as pesquisas previam minha vitória com grande vantagem. Ele não teria sido eleito não fossem as circunstâncias excepcionais criadas pelo golpe contra a presidente Dilma Rouseff, a demonização da política democrática, a perseguição ao PT e minha prisão ilegal. Não podemos esquecer que os principais meios de comunicação foram decisivos nesse processo de descumprimento da lei. Lançaram uma feroz campanha de aniquilação contra nós e, ao mesmo tempo, forjaram uma falsa imagem de Bolsonaro como o “salvador” do país. Inventaram um “mito” de Bolsonaro que, naquele contexto, iludiu muita gente, inclusive segmentos das classes populares”, disse o ex-presidente.
Ainda durante a conversa, Lula afirmou que a grande maioria dos eleitores de Bolsonaro se decepcionou com a gestão dele, o que justifica a sua liderança nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro.
“Hoje a situação se inverteu completamente. A decepção com o atual governo é enorme, e é ainda maior do que o próprio Bolsonaro, apesar do forte apoio midiático que ele continua tendo. Sua negação absurda já custou milhares de vidas ao país. A pobreza e a fome voltaram a ser o jornal diário de milhões de brasileiros, o país mergulha em profunda crise econômica, com desemprego e fome atingindo níveis assustadores, sem pensar no isolamento internacional do Brasil, que parece ter se tornado uma piada mundial. Mas, felizmente, a maioria da população está ciente da responsabilidade de Bolsonaro nesse desastre e quer derrotá-lo nas eleições de outubro próximo. Hoje, o único setor em que Bolsonaro continua a prevalecer é o do privilégio econômico: uma elite”, concluiu o petista. (Bahia.ba)