O salário do presidente Jair Bolsonaro (PL) é de R$ 30.934,70. A quantia é considerável, tendo em vista o salário mínimo atual, de R$ 1.212, o desemprego em alta e um cenário no qual muitos dos trabalhadores que fazem “bicos” sequer atingem o piso salarial.
Em comparação com outros pares, no entanto, o presidente brasileiro não tem um vencimento que pode ser considerado exorbitante.
“Quando comparado ao salário de outros chefes de Estado, o salário do presidente brasileiro não é maior que os salários recebidos pelos presidentes dos Estados Unidos, da França ou da África do Sul, por exemplo, ou maior que o salário do primeiro-ministro da Alemanha”, compara a pesquisadora Jayane Maia, do Giga Hamburgo (German Institute for Global and Area Studies) e da Universidade de Erfurt, da Alemanha.
“O salário do presidente no Brasil é compatível com o que vemos em outros países presidencialistas. A questão são os auxílios, principalmente os não declarados. E o que entra na questão da corrupção”, comenta o cientista político Leonardo Bandarra, também do Giga Hamburgo.
De acordo com a CNN, o presidente dos Estados Unidos recebe cerca de US$ 400 mil por ano — o equivalente a R$ 168 mil por mês, ou R$ 2,03 milhões anuais. E ainda ganha uma pensão vitalícia anual de US$ 191 mil quando deixa o cargo — o Brasil não tem esse benefício.
“O presidente do Brasil ganha cerca de US$ 73 mil por ano, considerando o câmbio atual”, calcula Maia. Ou seja, Bolsonaro ganha apenas um quinto do que seu colega americano, Joe Biden.
O presidente do Canadá recebe entre US$ 146 mil e US$ 365 mil, o do Japão, US$ 256 mil por ano, da Bélgica, US$ 267 mil anuais, e da Alemanha, US$ 369 mil, vencimentos estes que, no geral, representam mais da metade do salário do presidente do Brasil.
Em uma pesquisa realizada em 2020 pela corretora de investimentos IG, outros chefes de Estado ou governo aparecem com salário significativamente maior em relação ao Brasil: Suíça (cerca de US$ 479 mil), Austrália (US$ 319 mil), Reino Unido (US$ 186 mil), França (US$ 197 mil) e os latino-americanos Chile (US$ 129 mil) e México (US$ 105 mil). (bahia.ba)