A campanha de Jair Bolsonaro (PL) usou mais da metade do seu tempo no horário eleitoral da televisão desta terça-feira (11) para atacar o candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os bolsonaristas divulgaram dados de sites regionais e relatórios de urnas de presídios, entre os quais o de Tremembé (SP), para dizer que o petista foi o mais votado entre detentos do país. Não foi apresentado, porém, um relatório consolidado dos votos de todas as cadeias do Brasil.
“Sabe onde Lula teve mais votos no primeiro turno das eleições? Nas cadeias e nos presídios do Brasil”, afirma a apresentadora na peça. A Constituição Federal prevê o direito ao voto para o preso sem sentença final. Somente a condenação criminal definitiva suspende os seus direitos políticos.
A propaganda sugere que Lula defende criminosos e atribui os resultados das votações nos presídios a declarações feitas pelo petista. A peça resgatou fala feita por ele em 2019 com críticas à polícia. “Eu não posso ver mais jovem de 14, 15 anos, assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente, ou às vezes porque roubou um celular”, disse o ex-presidente.
A campanha de Bolsonaro também exibiu uma fala editada em que Lula cita uma conversa com os sequestradores do empresário Abílio Diniz.
A propaganda foi a mais agressiva até agora de Bolsonaro desde o início do segundo turno. O presidente terminou em segundo lugar na eleição de domingo (2), com 43% dos votos contra 48% de Lula.
“Os criminosos escolheram Lula para presidente. Lula e os partidos de esquerda que o apoiam defendem a saidinha de traficantes, agressores de mulheres e assassinos dos presídios. É a vida da sua família em risco. Cuidado em quem você vai votar”, acrescenta um narrador.
O programa apresentou em poucos segundos propostas de Bolsonaro na área de segurança, que incluem mais investimentos em equipamentos e o reforço de policiais nas ruas.
Líder no primeiro turno, o petista já havia subido o tom na propaganda eleitoral. Levou à TV uma fala em que Bolsonaro diz que quase comeu carne humana.
Então deputado federal, Bolsonaro afirmou em entrevista ao New York Times que só não comeu carne humana de um indígena porque “ninguém quis ir com ele”. A propaganda foi retirada do ar após decisão do TSE. (BNews)