Bonecões infláveis de Bolsonaro e Bivar foram pagos com verba pública pelo PSL

Foto :PSL/Divulgação

De origem pública, o recurso do fundo partidário destinado ao PSL foi usado para a confecção de 14 bonecões infláveis do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE).

O gasto foi usado na solenidade em São Paulo relacionada à campanha nacional de filiação que o partido promoveu em 17 de agosto de 2019. Os bonecos custaram R$ 33 mil. Em novembro, Bolsonaro anunciou a saída da legenda, depois de uma crise com Bivar.

De acordo com reportagem da Folha publicada hoje (6), somando os eventos realizados apenas neste dia, em várias cidades do país, o partido gastou cerca de R$ 4 milhões do Fundo Partidário.

Além dos bonecões, foram comprados bufês, brindes, camisetas, aluguel de hotéis, de ônibus, segurança, assessoria, aparelhagem de som e vídeo e a colocação da imagem de Bolsonaro, Bivar e de políticos da legenda em outdoors.

Procurado pela Folha por meio de sua assessoria, Bolsonaro não quis responder. A reportagem ainda encaminhou 28 perguntas específicas ao PSL, e o partido respondeu apenas de forma geral, dizendo que todos eles ocorreram de forma legal e com os serviços efetivamente prestados.

Especialistas e advogados eleitorais ouvidos pela Folha avaliam que a lei permite o gasto com a propaganda doutrinária e política e para o alistamento de filiados, no entanto, questionam se os abusos podem se chocar com os princípios da moralidade, da impessoalidade e da economicidade na administração pública.

“Usar o dinheiro do fundo para fazer um boneco que reproduz a feição do coronel que dirige o partido não me parece condizente. Já não seria muito bonito fazer com o dinheiro dele, seria algo estranho, caricatural até. Agora, fazer com o dinheiro público, me parece muito difícil defender, muito pouco sustentável do ponto de vista da moralidade”, disse Roberto Livianu, doutor em direito pela USP e procurador de Justiça por São Paulo.

(Metro1)

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