20 de março, foi o Dia Internacional da Felicidade — e o dia escolhido para a divulgação pela ONU do World Happiness Report, o Relatório Mundial de Felicidade. O Brasil ficou em 32º lugar — 4 posições menos feliz do que em 2018, quando ocupava a 28a posição global entre os 156 países analisados. Na primeira posição, pelo segundo ano consecutivo, está a Finlândia. Os dez primeiros países do topo da lista (os sete primeiros, europeus) lideram o ranking há anos, apenas trocando de posição. Nas dez últimas posições estão sete países africanos. O último lugar ficou para o Sudão do Sul, país destruído pela fome e pela guerra.
O estudo, em sua 7ª edição, é realizado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável — órgão de pesquisa multidisciplinar ligado à ONU —, com a colaboração de fundações e centros de pesquisa. São consideradas variáveis que medem condições econômicas e sociais, como o PIB (Produto Interno Bruto) e a expectativa de vida, e critérios mais subjetivos, como apoio social e familiar, liberdade, percepção de generosidade e de corrupção e qualidade de vida.
“A primeira análise é sempre a numérica, que relaciona a queda ou a subida com fatos públicos negativos ou positivos. No entanto, o estudo nos dá um material mais rico para analisarmos de forma não tão imediata questões culturais, sociais de nações que enfrentam desafios há décadas”, afirma Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia, que acompanha a divulgação do ranking na sede da ONU. Eleita embaixadora da felicidade no Brasil pelo Congresso Mundial Wohasu (World Happiness Summitt), Flora também traz à tona um tema pouco debatido no Brasil. “A felicidade é um capital público. Muitas nações entenderam isso e já praticam políticas neste sentido. A satisfação, a percepção de realização pessoal impacta diretamente na economia e no desenvolvimento de um país.”
Sem deixar de lado questões importantes como violência, corrupção, desigualdade social e pobreza, Flora, que é presidente da Sociedade Brasileira de Coaching (SBC), chama a atenção para as descobertas científicas dos elementos que compõem a felicidade. “Fatores externos e genéticos somados representam cerca de 55% do que popularmente chamamos felicidade. Os outros 45% são determinados pela forma como enxergamos o mundo. Por exemplo: como explicar pessoas que enfrentam dificuldades financeiras e de saúde, mas são felizes e outras, com todas as condições materiais e de saúde, mas infelizes e deprimidas? Uma das respostas é que pessoas gratas são mais felizes. Elas entendem o que conquistam na vida como um presente, por menor que seja”. Elementos como confiança, propósito, fé e generosidade são outros fatores que alteram a felicidade de uma pessoa e de uma nação. (Metro)