Governadores e vice-governadores dos estados da Amazônia legal se reuniram com embaixadores de Noruega, Alemanha e Reino Unido na manhã desta sexta-feira (13), em Brasília, para discutir investimentos internacionais para ações ambientais na região.
O encontro ainda estava ocorrendo até a última atualização desta reportagem.
Participam da reunião:
- Mauro Carlesse, governador de Tocantins;
- Wilson Lima, governador do Amazonas;
- Helder Barbalho, governador do Pará);
- Antônio Denarium, governador de Roraima;
- Walder Góes, governador do Amapá;
- Carlos Brandão, vice-governador do Maranhão;
- Zé Jodan, vice-governador de Rondônia.
No encontro, estiveram presentes os embaixadores Nils Martin Gunneng (Noruega), Georg Witschel (Alemanha) e Vijay Rangarajan (Reino Unido).
Em agosto, a Noruega, que entre 2009 e 2018 repassou 93,8% dos R$ 3,4 bilhões doados para o Fundo Amazônia, anunciou a suspensão do repasse de R$ 132,6 milhões. A Alemanha também anunciou que suspenderia o repasse de R$ 155 milhões. As medidas foram anunciadas após o aumento do desmatamento e de queimadas na região, além de mudanças na gestão do fundo.
O Fundo Amazônia contou, nos últimos 10 anos, com 93,8% de verba da Noruega e 5,7% da Alemanha, além de 0,5% de recursos da Petrobras, para ações de combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável.
Em resposta aos dois países europeus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil não precisava do dinheiro alemão para preservar a Amazônia. Ele também sugeriu à Noruega que utilizasse os recursos para reflorestar a Alemanha.
Recentemente, os governadores da região afirmaram que estavam negociando o acesso direto ao fundo, sem intermediação do governo federal.
Antes do encontro, o embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan, foi questionado sobre se a internacionalização da Amazônia. Em resposta, afirmou que a região é de total soberania do Brasil, mas que as questões ambientais têm importância mundial.
“Claro que a Amazônia é soberania do Brasil, totalmente. Mas essas coisas do meio ambiente têm importância mundialmente. O Reino Unido, como sede da COP26 [Conferência do Clima da ONU], vamos tratar dos desafios ambientais de todos os países do mundo, todo mundo tem que enfrentar esses desafios”, afirmou.
Apesar de não ter presença de nenhum integrante do governo federal, o embaixador reforçou que não se trata de um evento “secreto”, e afirmou que os programas mantidos por outros países no Brasil visam o desenvolvimento sustentável da região.
“Temos programas enormes, os três países aqui no Brasil, com a mesma visão. O crescimento com baixo carbono, proteção florestal e o crescimento do livre comércio também e a sustentabilidade nessas regiões. Então, como podemos ajudar? Precisamos entender as realidades, as sutilezas e as ideias e propostas dos senhores governadores”, afirmou Rangarajan.
Nils Martin Gunneng, embaixador da Noruega, afirmou que o país quer trabalhar em conjunto com todos os níveis da administração do Brasil.
“O que nós queremos hoje é entender mais o que os governadores querem, o que eles acham sobre a situação e quais soluções eles vão seguir, o que eles querem”, disse. (G1)